O Banco Central chinês anunciou esta terça-feira a desvalorização do yuan para a cotação mais baixa em quase oito anos face ao dólar norte-americano, num momento de incerteza após a eleição de Donald Trump para próximo presidente dos EUA.

Segundo as cotações do Banco do Povo Chinês, esta terça-feira de manhã (hora local), um dólar valia 6,8495 da moeda chinesa, mais 0,3% do que na segunda-feira.

Desde 8 de dezembro de 2008, quando em plena crise financeira internacional um dólar chegou a valer 6,85 yuan, que a moeda chinesa não atingia um valor tão baixo face à divisa norte-americana. O yuan não é inteiramente convertível, sendo que o seu valor face a um pacote de moedas internacionais pode variar até 2% por dia. A moeda chinesa subiu hoje 0,18% face ao euro e 0,1% face à libra esterlina.

Apesar da eleição de Donald Trump ter causado volatilidade nos mercados financeiros internacionais, as praças financeiras da China permanecem estáveis. Já o yuan continua a desvalorizar e hoje registou a oitava jornada consecutiva de queda, face ao dólar norte-americano. Desde 4 de novembro, a divisa chinesa registou uma queda acumulada de 1,45%.

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Durante a campanha eleitoral norte-americana, a China foi um dos alvos preferidos de Trump, que acusou o país asiático de “manipulação da moeda”, ou “batotice”, e ameaçou taxar os produtos chineses em 45%.

Alguns analistas especulam que, caso Trump cumpra as suas promessas eleitorais, se poderá iniciar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, hipótese desvalorizada por Pequim, que considera que as relações são marcadas pelo “benefício mútuo”.

Na segunda-feira, o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou, na sua primeira conversa com Trump, que para a China e os Estados Unidos da América “a cooperação é a única via correta”.