Morreu esta quarta-feira em Lisboa Mário Ruivo, oceanógrafo e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros. Foi também professor e biólogo e teve um papel importante na Expo 98. Tinha 89 anos.
O comunicado enviado pela família e citado pela rádio TSF, fala num ” homem que sempre lutou para colocar o mar na esfera pública”, o papel de democrata e opositor do regime fascista.”
Considerado um cientista e político pioneiro na defesa dos oceanos e no lançamento das temáticas ambientais em Portugal, Mário Ruivo esteve ainda ligado a movimentos antifascistas, desde a sua juventude até abril de 1974.
“Livre e comprometida foi toda a vida pública do professor Mário Ruivo. Na política, mas sobretudo no ambiente, deixa um legado inultrapassável”, referiu o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, numa nota de pesar.
Mário Ruivo teve sempre presente na sua vida as preocupações pelo ambiente, em especial pelos oceanos, de onde se destaca o seu papel no projeto da Expo 98. Ao longo da sua carreira como professor e biólogo dedicou-se a investigações com o intuito de promover a sensibilização para a questão dos oceanos, tentando promover um governação responsável.
Além de ministro dos Negócios Estrangeiros, no quinto governo provisório português em 1975, secretário de Estado das Pescas, diretor-geral dos Recursos Aquáticos e Ambiente do Ministério da Agricultura e Pescas (1975-1979) e presidente da Comissão Nacional para o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura (1974-1979), Mário Ruivo desempenhou funções nas Nações Unidas, e na UNESCO, na Comissão Oceanográfica Intergovernamental.
Ao longo da sua vida foi agraciado com vários galardões, como a Grã-Cruz da Ordem Nacional de Mérito Científico (Brasil), Grã-Cruz da Ordem de Mérito (Portugal), Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada (Portugal) ou Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (Portugal). Em dezembro recebeu o título Honoris causa da Universidade do Algarve.
A nível académico, Mário Ruivo formou-se, pela Universidade de Lisboa, em biologia e ainda em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos na Universidade de Paris -Sorbonne.
Morreu esta quarta-feira com 89 anos.