Não havia computadores, consolas ou telemóveis que prendessem os miúdos ao ecrã na sala. Nem mesmo a rádio ou, mais recentemente, a televisão tinham o poder de combater um bom jogo de futebol com duas pedras a fazer de baliza e uma bola de trapos. Brincava-se no meio da lama sem medo de rasgar as calças nos joelhos (para quem não andava de calções e descalço), testava-se o limite da elasticidade com acrobacias no parque e as invenções mais engenhosas nos carrinhos de rolamentos. No século passado, ser criança era brincar na rua sem grandes receios do que acontecia lá fora.
A imaginação era a líder de todas as brincadeiras. Com os grupos de amigos da vizinhança, no intervalo na escola ou com os cães como melhores amigos, estivesse o calor mais abrasador ou a chuva miudinha, a diversão só acabava quando o Sol começava a por-se e as mães iam à janela chamar para jantar. E os miúdos chegavam a casa com a roupa numa desgraça e a cara cheia de terra como testemunhos de um dia bem passado na rua.
O Observador encontrou imagens de como era a infância, em Portugal e no estrangeiro, durante o século passado. Nenhuma tem data nem localização, mas permite fazer uma viagem para o recordar aquelas corridas em carrinhos de rolamentos, dos jogos de berlindes e dos baloiços improvisados. Veja 31 imagens desse tempo na fotogaleria.