A economia grega sofreu uma contração significativamente maior que a esperada nos últimos três meses do ano, anunciou esta segunda-feira o instituto de estatísticas grego, que diz agora que a economia não decresceu 0,4% mas 1,2%. A economia até parecia estar a acelerar. Pela primeira vez desde o início de 2013 a economia cresceu por dois trimestres consecutivos e a uma velocidade superior. No segundo trimestre a economia grega cresceu 0,3%. No trimestre seguinte acelerou para os 0,6%.
Depois de anos de recessão, nem Atenas e Bruxelas clamava-se vitória. Os resultados da economia e das contas públicas eram melhores que o esperado. Mas as notícias que chegaram esta manhã do instituto de estatísticas grego dão o sinal contrário. No final do ano a economia ainda caiu mais do que se esperava. Na primeira estimativa, o Elstat estimava que o PIB tivesse decrescido 0,4% face ao terceiro trimestre. Agora, reviu para o triplo: 1,2%.
Se se comparar com o final do ano anterior (2015), a perspetiva muda ainda mais, já que na primeira estimativa o Elstat apontava para um crescimento de 0,3%, mas nas contas revistas com a inclusão de mais informação diz agora que a economia terá caído 1,1%. Esta queda acontece mesmo com a distribuição pelo governo grego antes do natal de um bónus entre 300 e 800 euros aos pensionistas com menores rendimentos.
Nada que perturbe o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que esta manhã mostrou confiança publica numa viragem de página da economia grega, que, diz, alcançará taxas de crescimento “excecionalmente elevado”. O vice-primeiro-ministro grego, Yannis Dragasakis, falando no domingo, ainda antes de os dados serem conhecidos, defendeu que a Grécia precisa de um “choque de crescimento” e que o governo discutia esta segunda-feira uma nova estratégia para promover o crescimento económico.