O ex-ministro das Finanças Eduardo Catroga desvalorizou esta quarta-feira as eventuais falhas na queda do BES por parte do Banco de Portugal (BdP), admitindo “muita tristeza” no que considera ser um “movimento de descredibilização” do governador do banco central.
“Sou um partidário de instituições independentes, reguladores fortes e independentes do poder político. Vejo com muita tristeza este movimento de tentativa de descredibilização do governador do Banco de Portugal”, afirmou Eduardo Catroga aos jornalistas, à margem de encontro promovido pelo Internacional Club of Portugal, que decorreu em Lisboa.
O ex-ministro das Finanças foi questionado sobre se está preocupado com a supervisão bancária em Portugal, no seguimento dos documentos revelados num conjunto de reportagens de investigação da SIC, sobre a atuação de Carlos Costa nos anos que antecederam a resolução do Banco Espírito Santo (BES), que acabou por ocorrer em agosto de 2014.
“Não quer dizer que não tenha havido falhas, mas quem é que não falhou?”, interrogou o agora presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, dando o exemplo de falhas de outros reguladores internacionais.
“Todos os reguladores tiveram falhas e com certeza que o regulador português também teve falhas”, disse.
Eduardo Catroga defendeu que “a instituição tem de ser prestigiada e tem de ser defendida”, destacando a preocupação do Presidente da República e do primeiro-ministro na defesa da estabilização do sistema financeiro.