“Certifiquem-se de que não precisam de resgate”. É este o “aviso” de Wolfgang Schäuble a Portugal, ministro alemão das Finanças que diz que a pressão imposta nos planos de resgate “funcionou bem”.

As declarações estão a ser citadas pela Bloomberg, a partir de uma conferência de imprensa em Berlim.

O responsável defendeu que os programas de resgate que existiram na zona euro ajudaram os países a regressar ao crescimento e às finanças públicas sólidas. Os “bons resultados”, na ótica do ministro alemão, deveram-se, em parte, à pressão que foi aplicada sobre os países — isso foi algo que “funcionou bem”.

Em reação a esta declaração, o mercado de dívida está a reagir, como notou um analista ao Observador. “O mercado está a mexer. As obrigações do Tesouro português estão, agora, mais frágeis nas várias maturidades, e a margem de risco em relação às bunds [dívida alemã] está mais dilatada em três pontos base e, em relação às dívidas de Itália e Espanha, está 2,5 pontos mais dilatada no prazo a 10 anos”.

As taxas de juro da dívida pública portuguesa estão a subir ligeiramente, mantendo-se muito próximas de 4% no prazo de referência a 10 anos: 3,98%, segundo a Bloomberg.

O ministro alemão das Finanças surge periodicamente a demonstrar a sua desconfiança em relação à política do executivo liderado por António Costa. Em outubro, Schäuble disse que Portugal estava a ser muito bem sucedido até entrar um novo Governo, depois das eleições […], declarar que não iria respeitar o que os compromissos com que o anterior Governo se comprometeu”.

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