Chama-se I.D. Crozz o mais recente membro da futura família de automóveis eléctricos da Volkswagen. Um CUV (Crossover Utility Vehicle), é como a marca define a sua nova criação, por se tratar de um SUV com carroçaria de coupé, com quatro portas, outros tantos lugares e desprovida de pilares centrais.

Esta é uma proposta anunciada pela Volkswagen como fundamental para a sua ofensiva de modelos eléctricos, que terá início em 2020 com a versão de produção do compacto I.D., revelado no último Salão de Paris, e que também incluirá o I.D. Buzz, estreado em Janeiro passado, no Salão de Detroit. E se o próprio construtor de Wolfsburg assume que, de início, os membros desta gama serão modelos de nicho, as suas expectativas apontam para elevados volumes de produção, traduzidos em vendas de 1 milhão de unidades/ano, logo a partir de 2025.

Como não poderia deixar de ser, na base do I.D. Crozz está a plataforma modular MEB, desenvolvida pela Volkswagen especificamente para os seus futuros modelos eléctricos. Com 4.625 mm de comprimento, 1.891 mm de largura, 1.609 mm de altura, 2.773 mm de distância entre eixos, e vias com 1.592 mm de largura na frente, e 1.594 mm atrás, o agora apresentado CUV germânico é ligeiramente mais compacto do que o novo Tiguan Allspace (77 mm mais curto, 47 mm mais baixo e 56 mm mais largo), mas garante oferecer um espaço interior pelo menos tão amplo quanto o do SUV de sete lugares da Volkswagen.

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Aliás, o habitáculo, do tipo open space (ao qual se acede através de portas de abertura e fecho eléctricos – as dianteiras abrindo num generoso ângulo de 90° –, o mesmo acontecendo com o portão traseiro e o capot), promete mesmo ser um dos grandes trunfos do I.D. Crozz. Com quatro bancos individuais integrais, com cintos de segurança integrados, além de um espaço para pernas traseiro referencial, oferecerá algumas soluções de vanguarda, sobretudo em termos de operação digital.

Para isso, disporá, por exemplo, de um head-up display com realidade aumentada e projecção de imagens tridimensionais, de um painel de instrumentos totalmente digital Active Info Display de 5,8”, e de um tablet para controlo do sistema de infoentretenimento. Os inéditos comandos capacitivos nos painéis das quatro portas permitem a cada ocupante controlar, individualmente, a climatização, bem como a abertura e fecho dos vidros e das portas, entre outras funcionalidades. Uma chave digital, específica para cada utilizador, garantirá a adaptação automática de todos os parâmetros de bordo a cada condutor mal este se aproxime da viatura e for pela mesma reconhecida.

Ao mesmo tempo, os espelhos retrovisores exteriores e interior foram substituídos por câmaras, a iluminação ambiente garantida pelo tejadilho panorâmico pode ser controlada por comandos gestuais, e a cor da iluminação interior dos painéis e inserções nas portas varia em função da luz exterior e da posição dos bancos. Bancos que, na traseira, são do tipo sala de cinema, sendo possível levantar o respectivo assento para facilitar o transporte de cargas mais volumosas. A bagageira, com 515 litros, está apta a servir como ponto de entrega e recolha de encomendas quando o veículo se encontra imobilizado.

Sem surpresas, a Volkswagen refere, igualmente, que o I.D. Crozz contará com o sistema I.D. Pilot, de condução totalmente autónoma, a partir de 2025. Quando activo, o volante recolhe para o tablier, ao passo que os faróis activos, por matriz de LED, servem para comunicar com os outros utilizadores da estrada, saudando também o condutor quando este se aproxima do veículo.

Por fim, a mecânica. O pack de baterias de iões de lítio com 83 kWh de capacidade será o suficiente para garantir uma autonomia de 500 km, equivalente à de um (poupado) automóvel a gasolina, podendo recuperar 80% da sua carga em apenas 30 minutos quando ligado a um posto de carregamento de corrente contínua de 150 kW.

O I.D. Crozz é animado por dois motores eléctricos, o dianteiro com 102 cv e 140 Nm, o traseiro com 204 cv e 310 Nm, para uma potência máxima combinada de 306 cv. Em condições normais, a tracção é exclusivamente traseira, passando a ser integral sempre que as condições de utilização assim o exigem, pese embora também seja possível circular em permanência no modo 4×4 sempre que o condutor o deseje, por exemplo, para enfrentar condições de aderência mais precárias, seja sob pisos de neve ou gele, seja no fora de estrada.

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No que às prestações diz respeito, a Volkswagen avança apenas com uma velocidade máxima de 180 km/h, decerto electronicamente limitada, para poupar a carga da bateria. Mas porventura mais interessante será a promessa da marca germânica de que o comportamento estará ao nível do do Golf GTI, em boa parte graças à repartição do peso pelos dois eixos de 48% para a frente e 52% para trás (para o que é decisiva a colocação do pack de baterias sob o piso), à nova suspensão multi-link traseira (a dianteira adopta uma convencional arquitectura MacPherson), ao amortecimento pilotado e às jantes de 21” revestidas por pneus de medida 245/45.