Aconteceu em 2010, quando o governo de José Sócrates decidiu dar tolerância de ponto aos funcionários públicos durante a visita de Bento XVI ao país — dia 13 de maio todos os trabalhadores tiveram direito a folga, na tarde de 11 foram apenas os de Lisboa e na manhã de 14 os do Porto — e agora volta a acontecer.

Como desta vez a visita é mais curta (Francisco vai estar em Portugal durante 24 horas e só visitará o Santuário de Fátima), o governo de António Costa decidiu conceder apenas o dia 12 de maio, sexta-feira, aos funcionários ao serviço do Estado.

Ao contrário do que sucedeu há 7 anos, em que a medida foi duramente condenada, os partidos não estão contra a folga. Fonte do CDS disse ao Observador que apoia a tolerância dada, o PCP escusou-se a fazer qualquer comentário e o Bloco de Esquerda, ainda antes de ser confirmada a decisão, já tinha dito que não se manifestaria contra: “É uma matéria da competência exclusiva do governo e não existe qualquer decisão do Conselho de Ministros. Se for decretada tolerância de ponto, o Bloco não se opõe”.

Em 2010, pela voz do então deputado Fernando Rosas, o BE acusou o governo de promover uma medida discriminatória: “À luz do normativo constitucional que separa o Estado das Igrejas em geral e que estatui o carácter rigorosamente laico do Estado e a obrigação de tratar por igual todos os cidadãos, independentemente da religião que professam, gostaríamos de perceber porque é que o Estado decreta, portanto, obrigatoriamente, dois dias de tolerância de ponto para festejar a chegada do Papa”.

Não foi possível recolher a posição do PSD relativamente ao assunto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR