Prossegue a bom ritmo o programa “7 em 17” da Opel, que prevê o lançamento de sete modelos inéditos durante este ano, bem como a sua estratégia de apostar em propostas mais polivalentes e de acordo com as actuais tendências do mercado, sobretudo em detrimento de anteriores configurações do tipo monovolume. O mais recente exemplo disso mesmo, o novo Crossland X, substituto do antigo Meriva, e anunciado como o primeiro CUV (acrónimo de Crossover Utility Vehicle) da marca do raio.

Um conceito que, no caso em apreço, pretende sintetizar as competências de um automóvel que assume uma vocação eminentemente urbana, garantida pelas dimensões compactas, conjugada com uma aparência exterior mais atrevida, um interior amplo e versátil e um desempenho dinâmico capaz de lhe permitir enfrentar sem limitações de maior as tiradas mais longas. A disponibilização de soluções tecnológicas de vanguarda é outro dos trunfos a reter na nova criação da Opel.

Esteticamente, o mais recente membro da família “X” da casa germânica faz jus à sua linhagem, e exibe um visual, nitidamente, inspirado no mundo dos SUV, em que nem sequer faltam as protecções da carroçaria. Ainda que, neste caso, e segundo a Opel, estas de destinem, fundamentalmente, a dotá-lo dos atributos requeridos para enfrentar a chamada “selva urbana” (pequenos toques e afins), já que o Crossland X apenas será proposto em versões de tracção dianteira, cabendo ao seu “primo” Mokka X a tarefa de servir como proposta capaz de enfrentar outros pisos que não o asfalto, em particular nas suas variantes de transmissão integral.

Não que isso retire apelo ao modelo, bem pelo contrário. Até porque, a par das linhas exteriores apelativas, que até fazem o Crossland X parecer mais volumosos do que é na realidade, há pormenores a reter que ajudam a compor a sua imagem, como o opcional tejadilho de cor diferente ou os apontamentos em cromado.

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Interior versátil para a classe

Atributos determinantes para que o Crossland X possa cumprir a missão a que se propõe são, sem dúvida, a plataforma que lhe está na génese (a mesma do novo Citroën C3, mas com uma distância entre eixos ampliada, no caso de 2604 mm, semelhante à que será utilizada no futuro C3 Aircross), e a carroçaria de dimensões compactas. Com 4212 mm de comprimento, 1765 mm de largura e 1605 de altura, o Crossland X é, ao mesmo tempo, cerca de 160 mm mais curto que o Astra, mas mais alto 100 mm do que o seu irmão mais velho.

Um factor que, em conjunto com a colocação elevada de todos os bancos, ajuda a explicar a facilidade com que o Crossland X acomoda quatro passageiros, que ainda usufruem de uma visibilidade para o exterior nitidamente superior ao oferecido por um automóvel convencional. Por outro lado, a opcional regulação longitudinal dos bancos traseiros, num máximo de 150 mm, permite ajustar o espaço para pernas atrás, assim como a capacidade da bagageira, às necessidades do momento.

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Deste modo, e sem que seja necessário abdicar de nenhum dos cinco lugares disponíveis, o volume da mala varia entre 410 e 520 litros, podendo atingir um máximo de 1255 litros mediante o rebatimento assimétrico do banco posterior. Vantagem adicional, o piso duplo da bagageira, que permite guardar sob um alçapão os objectos que se pretenda preservar o mais longe possível de olhares indiscretos.

De resto, o habitáculo cativa ainda pela construção robusta, pelos materiais, na sua maioria, de apreciável qualidade e por uma decoração elegante e funcional, que bebeu já inspiração no novo Insignia, pontuada por vários detalhes cromados, que lhe conferem um ar mais requintado. O tablier orientado para o condutor e a boa ergonomia contribuem para um posto de condução propositadamente elevado (como é tão do agrado dos apreciadores deste género de proposta) mas correcto, que ajuda a tornar mais agradável a tarefa de quem o ocupa.

Dúvidas houvesse quanto aos dotes do novo Crossland X no plano tecnológico, é atentar em algumas das mais relevantes soluções que disponibiliza (de série ou em opção, consoante as versões) em matéria de segurança, auxiliares de condução, conectividade e conforto. No primeiro grupo, menção para a câmara Opel Eye, que serve de base ao funcionamento dos sistemas de leitura de sinais de trânsito e de alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, para o alerta de colisão dianteira com travagem de emergência com reconhecimento peões (activo entre os 5-85 km/h), para o alerta de cansaço do condutor e para o sistema de monitorização do ângulo morto.

Dignos de referência são, também, os faróis dianteiros por LED com luzes de curva e assistente de máximos, o head-up display, que projecta no pára-brisas as informações mais relevantes para o condutor e a câmara de estacionamento traseira de 180°. A oferta do sistema de estacionamento automático em paralelo e na longitudinal (o condutor apenas tem que actuar sobre os pedais) reforça os atributos do modelo, tal como o pára-brisas e o volante aquecidos, o sistema de acesso e arranque sem chave e os bancos dianteiros certificados pela agência de ergonomia AGR (dotados de assento extensível com regulação da inclinação e de apoio lombar com regulação electropneumática). No domínio da conectividade, obrigatório salientar o sistema OnStar com hotspot WiFi, os sistemas de infoentretenimento IntelliLink, com ligações Apple Car Play e Android Auto e ecrã táctil de 8”, e o sistema de carregamento por indução para smartphones.

Tracção à frente com motores a gasolina e diesel

Já a gama de motores é composta, no essencial, por dois blocos (um a gasolina, outro Diesel, ambos integralmente construídos em alumínio), mas cada qual contando com várias derivações, que permitem ao Crossland X oferecer um leque de opções bastante abrangente. O acesso à gama é feito através da versão 1.2, animada por um três cilindros a gasolina com 81 cv e 118 Nm, combinado com uma caixa manual de cinco relações, anunciando 170 km/h de velocidade máxima, 14,0 segundos nos 0-100 km/h e um consumo combinado de 5,1 l/100 km.

Este mesmo motor, na sua declinação dotada de injecção directa e turbocompressor, é utilizado nas duas versões seguintes do Crossland X. A 1.2 Ecotec disponibiliza 110 cv de potência e um binário máximo de 205 Nm/1500 rpm, também recorre a uma caixa manual de cinco velocidades (sendo a única a poder montar a opcional caixa automática de seis relações), prometendo atingir 188 km/h, não gastar mais do que 10,6 segundos nos 0-100 km/h e consumir 4,8 l/100 km no ciclo misto. No topo da oferta está o Crossland X 1.2 Turbo, com 130 cv e 230 Nm/1750 rpm, e caixa manual de seis velocidades, capaz de alcançar 206 km/h, cumprir os 0-100 km/h em 9,1 segundos e anunciar um consumo médio de 5,3 l/100 km.

Para os adeptos do Diesel, entre os quais se deverá incluir a maioria dos clientes lusos do Crossland X, a Opel propõe duas variantes do quatro cilindros turbodiesel de 1560 cc, com tratamento dos gases de escape através do catalisador SCR e do AdBlue (o líquido com base de ureia que ajuda a reduzir drasticamente as emissões de óxidos de azoto). De carácter mais ambientalista, a 1.6 Ecotec Diesel, com 99 cv e 254 Nm/1750 rpm, caixa manual de cinco velocidades e um consumo anunciado de apenas 3,6 l/100 km (emissões de CO2 de 93 g/km), para uma velocidade máxima de 180 km/h, e uma aceleração 0-100 km/h cumprida em 12,0 segundos. Mais dotada, a 1.6 Diesel de 120 cv e 300 Nm/1750 rpm, equipada com caixa manual de seis velocidades e anunciando um consumo misto de 4,0 l/100 km, 9,9 segundos nos 0-100 km/h e 187 km/h de velocidade máxima.

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Foi, justamente, o Crossland X 1.6 Diesel de 120 cv, que se prevê venha a ser uma das versões mais populares do modelo no nosso país, o que tivemos oportunidade de conduzir num primeiro contacto proporcionado à imprensa internacional. A elevada capacidade de resposta do motor logo desde os regimes mais baixos, em conjunto com a caixa suave e não excessivamente longa, garantem uma condução fácil e agradável em cidade, ao mesmo tempo que a sua força a médio regime se traduz em recuperações céleres q.b. em percursos com maiores variações de velocidades.

Não há, pois, motivo para preocupações de maior quando o objectivo for levar toda a família de férias, ou numa escapadela de fim-de-semana, até porque os consumos tendem a ser sempre bastante comedidos. Do mesmo modo que é apreciável o nível de conforto oferecido, mais um factor que contribui para um desempenho dinâmico bastante interessante, em que não deixa de ser elemento preponderante, também, o comportamento muito honesto e previsível, marcado pela agilidade em cidade, pela estabilidade em estrada e pela previsibilidade em traçados mais sinuosos, mesmo que sempre mais orientado no sentido da comodidade do que da eficácia pura, como se espera de uma proposta com estas características.

O Crossland X à portuguesa

Perfeitamente enquadrado com a moda do momento, em que tantas vezes mais vale parecer do que ser, o novo CUV da Opel cumpre com brio as metas a que se propõe, e pode ser já encomendado no nosso país, nos dois níveis de equipamento disponíveis para todas as versões: Edition e Innovation (excepção feita às 1.2 Turbo de 130 cv e 1.6 Diesel de 120 cv, propostas apenas com o mais recheado). De série, todos os Crossland X incluem elementos como os vidros eléctricos nas quatro portas, o cruise control, o assistente aos arranques em subida, os sensores de estacionamento, o alerta de saída da faixa de rodagem, o sistema de leitura de sinais trânsito, o rádio R4.0 IntelliLink (com mãos-livres Bluetooth, tomada USB e comandos vocais), e o apoio em viagem e emergência do sistema OnStar.

As primeiras unidades do modelo começarão a ser entregues em Portugal em Junho, tendo os preços início nos 17.980€ pedidos pela variante 1.2 Edition, e nos 22.830€ em que orça a versão 1.6 Ecotec Diesel Edition. O 1.6 Diesel Innovation de 120 cv que já pudemos conduzir custa 24.980€, as versões a gasolina mais dotadas estão disponíveis desde 19.480€, no caso da 1.2 Turbo Ecotec de 110 cv, e por 21.630€ no caso da 1.2 Turbo de 130 cv.