A saída do défice excessivo é um feito que se deve “antes de mais, ao povo português”, disse esta segunda-feira o vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, confirmando, como o Observador noticiou este domingo, que vai recomendar a saída do Procedimento dos Défices Excessivos, mas alertando também que é crucial Portugal continuar a ter uma política orçamental responsável e controlar a despesa pública com saúde e com o sistema de pensões.

“Este é um dia importante para Portugal. Recomendamos a revogação do Procedimento dos Défices Excessivos para Portugal e esperamos que os Estados-Membros apoiem a nossa recomendação. Esta revogação simboliza o caminho muito longo que Portugal e os portugueses percorreram para ultrapassar as dificuldades da crise, inverter a direção da economia e colocá-la de novo no trilho do crescimento.”, confirmou o vice-presidente para o Euro, responsável pelo Semestre Valdis Dombrovskis.

O responsável diz que este resultado simboliza o longo caminho de Portugal e do povo português para superar a crise e recolocar a economia novamente a crescer, mas avisa que o caminho está longe de estar terminado.

A Comissão reforça que é “crucial” que Portugal se mantenha empenhado em fazer reformas estruturais e até sublinha as áreas mais delicadas e que têm de ter maior atenção, para garantir desde já trabalhar sobre este progresso e tornar o crescimento sustentável e duradouro, e que este beneficie todos.

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Comissão vai recomendar fim do Procedimento dos Défices Excessivos a Portugal

“É por isso crucial que Portugal continue empenhado num ambicioso plano de reformas estruturais que deve incluir, entre outros, continuar no caminho das políticas orçamentais responsáveis e garantir uma despesa pública mais eficiente; fazer face ao aumento dos custos dos sistemas de saúde e pensões”, disse.

O responsável defende ainda que é necessário continuar a reforçar o sistema financeiro, o que inclui resolver a questão do elevado crédito malparado que os bancos portugueses têm nos seus balanços, e que os impedem de financiar a economia de forma mais eficaz, em especial as empresas viáveis.

A Comissão deixa ainda uma recomendação para que o Governo continue a aperfeiçoar as políticas direcionadas ao mercado de trabalho, especialmente no que diz respeito às medidas de apoio à procura de emprego.

“Convido as autoridades portuguesas a aproveitar este momento e agir agora com determinação para que Portugal desbloqueie o seu verdadeiro potencial e cresça no sentido de numa economia resiliente, dinâmica e inovadora”, disse ainda.