O que deve fazer nas redes sociais

Comecemos pela netiquette, como quem diz “network etiquette”. Este código de boas maneiras online — apresentado pelo autor Miguel Raposo — dita que sejamos nós próprios em todos os momentos, uma vez que a autenticidade é um princípio inviolável, mas também que nos adaptemos às diferentes redes sociais, até porque há uma grande diferença entre escrever um e-mail e falar pelo Whatsapp. Outro cuidado passa por pura e simplesmente pensar bem antes de publicar nas redes:

Na internet comunicamos essencialmente por palavras escritas, só que elas estão desprovidas de contexto. Os emoticons ajudam muito a exprimir as emoções, mas também podem ser enganadores. Respeita-te a ti mesmo, verifica os erros ortográficos antes de fazeres ‘send‘, tenta ser o mais claro e educado possível”. (“Torna-te um Guru das Redes Sociais”, pág. 68)

O respeito não deve ser apenas para com o reflexo que o espelho devolve, mas também para todos os outros, pelo que quando surge uma crise nas redes sociais, o melhor é sempre tentar resolver as coisas a bem. Isto implica discrição (tentar levar o problema para as mensagens privadas) e contenção (nunca responder na mesma moeda). Caso a boa educação esteja longe de funcionar, é sempre possível ocultar ou apagar comentários e, em casos mais extremos, banir a pessoa daquela página.

Dito isto, há princípios fundamentais a reter, tal como aqueles que ditam a base para um bom perfil numa rede social. Se por um lado é preciso escolher uma foto que favoreça a pessoa em questão e que, ao mesmo tempo, seja apropriada, por outro, as melhores fotografias de perfil são aquelas que se focam na cara da pessoa, dado que existe menos ruído ao redor (é importante que sejam ligeiramente assimétricas e bem iluminadas). O nome escolhido deve ser fácil de memorizar e a descrição a acompanhá-lo deverá ser curta, incisiva e ir direta ao assunto.

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Como escolher a fotografia de perfil nas redes sociais

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O mundo digital em 2016

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  • População total: 7.395 milhões
  • Internautas: 3.419 milhões
  • Utilizadores ativos de redes sociais: 2.307 milhões
  • Internautas em dispositivos móveis: 1.968 milhões

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O que não pode fazer nas redes sociais

Antes de mais, é preciso ter em conta que existem, segundo o autor, quatro tabus das redes sociais. Não é muito difícil adivinhar quais são, tendo em conta que são temas que, na verdade, facilmente geram discussões entre (des)conhecidos, amigos e familiares. Ei-los: política, clubes, filhos e trabalho. Independentemente destes tópicos quentes (quentíssimos, por vezes), há “regras básicas a cumprir”:

  • é proibido discriminar e difamar (quer isto dizer que não vale publicar ou partilhar conteúdos capazes de denegrir ou prejudicar alguém — há guerras que simplesmente não devemos comprar, sobretudo quando há muita audiência);
  • não escrever com letras maiúsculas, uma vez que tal dá a sensação de que se está a ser agressivo ou a gritar;
  • é preciso ter atenção às fotografias a publicar; o preferível é não optar por nenhuma imagem em que se esteja demasiado exposto;
  • esta é fácil: só vale aceitar quem é “nosso amigo”, ou seja, as pessoas que conhecemos;
  • também não é boa ideia estar continuamente a publicar, dado que corremos o risco de ficar enfadonhos (e, em boa verdade, há sempre mais coisas para ver nas redes sociais);
  • e, por último, ter os pés bem assentes na terra; “Não leves as coisas demasiado a sério. Há vida para lá do Facebook”, escreve Miguel Raposo.

É preciso ter sempre em conta que cada rede social é diferente e que nunca é boa ideia publicar em demasia. © iStockphoto

Segurança: os cuidados a ter

Tudo o que é partilhado na internet, fica na internet. Esta podia ser uma referência a Las Vegas, mas não: não há garantias de que o conteúdo publicado nas redes sociais alguma vez desapareça da internet, o que representa alguns perigos — nunca sabemos até onde a informação pode chegar e em que mãos pode parar. Dito isto, é preciso ter em conta alguns conselhos. Não é que o Facebook (e outras redes) seja um bicho papão, mas todo o cuidado é pouco, seja dentro ou fora das redes. Cuidado esse que passa sobretudo pelas definições de privacidade:

  • para não dar de caras com fotografias onde fomos indevidamente identificados, o melhor será ativar a proteção de “tags” — assim apenas somos identificados em determinados conteúdos após a nossa aprovação;
  • o mesmo se aplica à localização, que deve ser desativada caso haja desejo em salvaguardar a privacidade individual; “Caso contrário, toda a gente ficará a saber onde estás ou onde passas a maior parte do tempo porque, de cada vez que publicas uma foto, aparece o sítio onde foi tirada”;
  • criar grupos privados ou enviar mensagens privadas para partilhar informações específicas é sempre uma boa ideia;
  • se desabafos profissionais não são aconselháveis nas redes, o mesmo se pode dizer das fotografias tiradas em momentos de festa; o mais importante é mesmo ter cuidado com a exposição dos mais novos, cujas fotografias facilmente podem ir parar às pessoas erradas.

Publica fotos dos seus filhos nas redes sociais? Talvez não devesse

A propósito de fotografias partilhadas na Net e privacidade: quando aceito entrar no Facebook ou no Instagram, a partir desse momento todas as fotos que publico deixam de ser minhas. Em teoria, são, mas os limites e direitos de propriedade nas redes sociais são um tema tão complexo que é melhor contarmos com a evidência: foto postada, foto partilhada… com o mundo! (“Torna-te um Guru das Redes Sociais”, pág. 51)

Amigos com benefícios. São os “influencers”

Como ser um influenciador nas redes sociais?

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  • Ser autêntico é meio caminho andado para cumprir este objetivo. “As redes sociais são formadas por pessoas e não por robots. E as pessoas têm um instinto único para distinguir o verdadeiro do falso”;
  • Se por um lado a autenticidade é das coisas mais importantes, por outro, a humildade também deve ser rainha nas redes; nunca é boa ideia “entrar nas redes sociais com a mania das grandezas”;
  • Uma vez estando nas redes sociais, é preciso fazer o esforço para nos mantermos ativos, publicando, sempre que possível, conteúdo interessante e relevante;
  • A consistência é uma das chaves do sucesso; quer isto dizer que nos devemos manter sempre fiéis às coisas em que acreditamos;
  • Ser persistente: “Ser um verdadeiro influenciador dá muito trabalho. É preciso ser paciente e persistente. Acreditar que o mundo não se faz num só dia, e a influência também não.”

 

Como otimizar:

  1. Facebook

    É uma espécie de “mãe de todas as redes” e tem cerca de 1,6 milhões de utilizadores e 2 milhões de anunciantes. Apenas 5 a 10% daquilo que publicamos é visto pelos nossos “amigos”. A culpa é de um algoritmo nem sempre fácil de enganar, mas não há nada como tentar: da mesma forma que é preferível não agendar os posts — o Facebook penaliza o agendamento empurrando os posts agendados para baixo da tabela –, também é de evitar editá-los. Antes de publicar é preferível ter atenção à hora (acredita-se que entre as 12h00 e as 13h00 e as 18h00 e as 19h00 são os melhores momentos para partilhar o que quer que seja) e é sempre preciso ter cuidado com o volume das publicações — o ideal é fazer um máximo de três posts por dia. Uma das coisas mais importantes passa por ser interativo, isto é, fazer perguntas e dar respostas.

  2. Instagram

    Sem as ditas hashtags (leia-se etiquetas) não se vai a lado nenhum, pelo menos na rede social que pertence ao Facebook desde 2o12, depois de ter sido vendida por cerca de mil milhões de dólares. Mas o que é que se pode fazer para conseguir ter mais seguidores? Basta escolher um bom nome (simples, eficaz e curto), criar um perfil completo e com muita informação, seguir para se ser seguido, escolher o filtro certo (o mais usado é o VSCOCAm) e, claro, usar as hashtags certas — algumas das mais populares são #followback, #instagramers, #doubletap, #bestfriends, #dog, #beauty e #tattoo, sem esquecer a #foodporn e a #nofilter.

  3. YouTube

    Foi fundado em 2005 por três jovens que queriam apenas partilhar vídeos de uma forma rápida e ter onde armazená-los. Eis algumas regras fundamentais para usar esta rede: encontrar uma inspiração pesquisando diversos youtubers, ter noção dos materiais a utilizar no respetivo canal de YouTube, ter sempre novidades para cativar a atenção das pessoas, manter uma rotina (o que implica tentar publicar sempre no mesmo dia à mesma hora), e criar bons títulos.

  4. Twitter

    Esta rede social quase que se destina única e exclusivamente às pessoas com um grande poder de síntese, uma vez que apenas permite escrever posts com um máximo de 140 caracteres usando hashtags para os identificar. O Twitter é, na prática, uma plataforma fundamental para monitorizar as tendências e os temas quentes do momento, para fazer statements, uma vez que estes se espalham rapidamente e chegam a um grande número de utilizadores, e para estar a par de atualizações de acontecimentos noticiosos.