Os trabalhadores da Seguradoras Unidas, entidade resultante da fusão entre a Tranquilidade e a Açoreana, acusam a empresa de tentar “desencadear um verdadeiro despedimento coletivo”, exigindo que o Ministério do Trabalho trave a saída de 380 funcionários do grupo.
“O requerimento da Seguradora Unidas não visa, verdadeiramente, a declaração de empresa em processo de reestruturação, mas tão somente a obtenção do despacho do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para que os trabalhadores ‘despedidos’ possam ter direito ao subsídio de desemprego e assim aceitar ‘pacificamente’ a saída da companhia”, lê-se numa moção divulgada esta quarta-feira pelo Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA).
Esta moção foi aprovada após a realização de dois plenários de trabalhadores da Seguradoras Unidas, em Lisboa e no Porto, em 24 de maio. Os trabalhadores decidiram “rejeitar as pretensões da Seguradoras Unidas de encapotadamente tentar desencadear um verdadeiro despedimento colectivo”, bem como “exigir do Ministério do Trabalho que (…) indefira o requerimento apresentado pela empresa”.
Foi também decidido “requerer à Comissão Executiva da companhia que não tome qualquer iniciativa junto dos trabalhadores que visem as pretendidas rescisões ou transferência de local de trabalho, e que se abstenha de promover políticas de facto consumado que possam violar a decisão final do Ministério do Trabalho”. Por fim, os trabalhadores decidiram “manter-se unidos em torno da defesa dos seus postos de trabalho, contra qualquer forma de despedimento”.
O SINAPSA aguarda agora pela decisão do Ministério do Trabalho sobre esta questão, depois de ter acusado em 18 de maio a Apollo (dona da Seguradoras Unidas) de querer despedir “de forma ilegal” 380 trabalhadores da companhia após ter integrado a Açoreana na Tranquilidade.
Contactada pela Lusa, nessa mesma data, a Seguradoras Unidas confirmou ter em curso até final de 2018 um “programa de redimensionamento” dos quadros da Tranquilidade e da Açoreana, que se fundiram, escusando-se a antecipar “o número exato” de trabalhadores a dispensar.