Médicos e enfermeiros dos centros de saúde vão ter telemóveis de serviço a partir de 2018/2019, o que pode facilitar contactos com utentes em caso de necessidade e se os médicos assim o quiserem.

O Ministério da Saúde vai lançar um concurso público internacional para reformular as redes informáticas e vai integrar neste âmbito telefones e telemóveis, disse à agência Lusa o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério (SPMS), Henrique Martins.

O Serviço Nacional de Saúde tem uma rede informática própria, que liga hospitais e centros de saúde, e que tem uma capacidade e largura de banda que começa a ser necessário aumentar. Além disso, o concurso do atual operador chega ao fim dentro de um ano, havendo necessidade de se lançar outro.

Segundo explicou à agência Lusa o presidente dos SPMS, este contrato vai aproveitar para integrar a rede de telefone.

Utiliza-se este contrato para dar um telemóvel a praticamente todos os médicos do SNS, sobretudo nos cuidados de saúde primários. Queremos que em 2018, 2019 a maior parte dos centros de saúde e unidades de saúde família, em vez de funcionarem com telefones fixos e centrais telefónicas obsoletas e contratos aparte, toda esta tecnologia de rede informática e de telefones passe a estar no contrato.”

Os SPMS pensam ainda que podem poupar dinheiro com este novo contrato. Atualmente gastam-se dois milhões por ano na rede informática da Saúde e 3,5 milhões em serviços telefónicos. O concurso vai ser lançado por seis milhões por ano mas, com concorrência, espera-se poder fechar o contrato por menos de 5,5 milhões.

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A integração num único contrato da parte informática e telefónica pode ainda facilitar o serviço do futuro centro de contacto do SNS, sucessor da linha Saúde 24, que manterá o mesmo número mas com funcionalidades adicionais e que passa a estar sob a alçada dos SPMS.

“[Servirá] Para aproximarmos o serviço do centro de contacto e, no limite, temos esse objetivo, podemos redirecionar a chamada em tempo real ou em diferido para um profissional de saúde”, indicou Henrique Martins.

Contudo, o presidente dos SPMS avisa que a ideia de falar ou não com os utentes através dos telemóveis de serviço é sempre uma decisão que cabe a cada profissional de saúde. “Nem todos quererão essa facilidade”, reconheceu Henrique Martins.

O responsável adianta ainda que dar telemóveis aos profissionais de saúde terá muita utilidade nos serviços ao domicílio, uma tendência que se quer crescente nos serviços de saúde.