João Silva dos Santos é um dos muitos pilotos a combater o incêndio no concelho de Pedrógão Grande. Tem anos de experiência, mas garante nunca ter visto nada assim. Esta manhã, fez uma publicação na sua página de Facebook sobre aquilo que viveu no sábado, durante o combate ao fogo.
Antes que as politiquices comecem vou relatar o que vi ontem. Os fogos de ontem não têm nada de semelhante com aquilo a que estamos habituados. Ontem a mãe natureza decidiu que quem manda é ela”, começa por explicar o piloto.
João Silva dos Santos descreve em seguida o que viu. “Assisti a trovoadas secas com relâmpagos brutais a cair na floresta, ventos fortíssimos e sempre a mudar de direcção e um tipo de nebulosidade que nunca tinha visto“, conta o comandante, acrescentando que “o combate aéreo nestas condições é extremamente difícil e perigoso”.
Completei em Maio 15 anos neste serviço e quando julgava que já tinha visto tudo afinal estava enganado. Fomos todos e viemos todos”.
O piloto refere ainda que a resposta dos meios da Proteção Civil “foram os adequados e necessários“, “mas contra a mãe natureza é difícil ganhar”, refere.
Os meus sinceros sentimentos aos familiares das pessoas que faleceram e quanto a nós… até já. Dentro de momentos rodas no ar.”, conclui João Silva dos Santos.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, adiantou que os meios aéreos vão ser reforçados com dois aviões Canadair das autoridades espanholas e amanhã irão chegar mais dois aviões franceses. Esta manhã estavam 682 bombeiros e 219 viaturas a combater o fogo.
O incêndio no concelho de Pedrógão Grande fez até ao momento 62 mortos e 59 feridos. Os números foram avançados esta tarde pelo primeiro-ministro, António Costa, acrescentando que o número de mortes pode vir a aumentar.