Teresa Leal Coelho, candidata à Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD, repudiou esta tarde as declarações proferidas por André Ventura, candidato à Câmara de Loures do PSD e do CDS, respeitantes à comunidade cigana.
“Repudiamos as declarações proferidas pelo candidato à Câmara de Loures respeitantes à comunidade cigana”, começa por destacar em comunicado, explicando: “Por um lado, por considerarmos que afirmações que generalizam comportamentos só perpetuam os preconceitos e estigmatizam comunidades que fazem parte integrante do tecido demográfico das nossas cidades; por outro lado, porque não nos revemos nem em pensamento, nem em discurso de natureza discriminatória”.
“Defendemos uma sociedade inclusiva, solidária e justa no âmbito da qual a diversidade e a multiculturalidade devem ser plenamente respeitadas e celebradas”, conclui a missiva assinada por Teresa Leal Coelho e Marta Mucznik, mandatária da sua lista para o diálogo intercultural.
Já o presidente da concelhia do PSD de Loures, Ricardo Andrade, afirma que “o PSD reitera a confiança política em André Ventura” e que “em nenhum momento foi equacionado a retirada de apoio ao candidato”.
Em declarações ao Observador, o dirigente social-democrata acrescenta, porém, que “ao mesmo tempo que a candidatura acredita que qualquer cidadão tem os mesmos direitos independentemente da raça ou da religião, também destaca que todos têm de ter os mesmos deveres e obrigações“.
O PSD/Loures diz ainda que “para haver integração as pessoas não podem ser vetadas ao abandono” e que o PSD, nessa matéria, não recebe lições de outros partidos, já que “foram muitas as autarquias do PSD que lideraram políticas de inclusão em Lisboa e nos concelhos limítrofes”.
A defesa de André Ventura depois da polémica: “Nada me move contra a comunidade cigana”
Ricardo Andrade destaca ainda que “vivemos em democracia”, onde existe “liberdade de expressão” e, uma vez que o “candidato explicou o que queria dizer” e que “o PSD sabe muito bem o que o André Ventura pensa sobre o assunto”, não há motivo para pôr em causa a candidatura.