Se nos últimos anos o turismo tem sido chamado de “galinha dos ovos de ouro”, 2017 está pronto a servir ovos mexidos e omeletes que valem estrelas Michelin. Só em maio, a hotelaria nacional alojou dois milhões de hóspedes, que proporcionaram 5,4 milhões de dormidas. A taxa de ocupação aumentou de 60% para 64% entre janeiro e maio. A região do Algarve acaba de divulgar que acumulou mais de 240 milhões de euros, contra cerca de 200 milhões do mesmo período de 2016, o que corresponde a uma significativa taxa de crescimento de 19,7% e que acompanha uma tendência de norte a sul do país.
E a época alta ainda nem tinha começado. A lei da oferta e da procura entra em cena e, se há um aumento do turismo e das dormidas, já se sabe que os valores médios por quarto aumentam. De acordo com dados fornecidos pela Hotelaria de Portugal (AHP) ao Observador, o preço médio por quarto vendido entre janeiro e maio situou-se nos 75€, contra os 69€ do mesmo período do ano passado.
Os número impressionam. Em 2016 foram registadas 53,5 milhões de dormidas no país e 19 milhões de turistas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Desse bolo, 15,2 milhões de dormidas são de residentes em Portugal, que levaram avante o lema “vá para fora cá dentro”. Por acreditarem que Portugal vai continuar a ser destino de eleição para estrangeiros e para os próprios portugueses, os empresários estão a apostar no setor.
De acordo com a AHP, este ano já abriram 15 hotéis novos (aparthotéis e pousadas contam para a contagem, hostels não), aos quais se somam outros 14 remodelados ou reabertos. Até ao final do ano, a AHP estima que abram mais 36 hotéis em território nacional — fora raberturas. Só no centro de Lisboa serão 15 e no centro do Porto nove. Em 2018, deverão nascer 44 novos hotéis em território nacional.
Entre eles há projetos de cinco estrelas, hotéis medievais, eco-resorts, bungalows no meio de um pinhal e com o rio como vizinho, hotéis onde se respira arte e muito mais. A pensar naqueles que ainda têm férias para gozar, o Observador reúne 15 novos projetos hoteleiros que merecem uma dormida e que abriram este ano (com direito a um que abre em setembro, mas que já está a aceitar reservas).
Hotel FeelViana
Rua Brás de Abreu Soares, 222, Viana do Castelo. 25 833 0330. A partir de 112,50€ (época alta)
Abriu em maio, com direito à presença do ministro da Economia na inauguração. Manuel Caldeira Cabral foi a trabalho e não ficou hospedado num dos 46 quartos e nove bungalows do FeelViana, mas quem sabe não volta um dia, com tempo. Sim, porque é preciso tempo para aproveitar bem o Sports Center, o restaurante, o bar e o Lounge Terrace que fica sobre a Praia do Cabedelo.
O cheiro do mar chega até à piscina exterior de um hotel que teve a preocupação de se integrar com o extenso pinhal onde se insere, e para onde os quartos têm vista e varanda. Foram usados materiais de construção naturais, como a madeira. E se a envolvência não for relaxante o suficiente, há ainda um spa e centro de bem-estar, onde os hóspedes têm ao dispor massagens e tratamentos variados, sauna, banho turco, sala de ioga, ginásio e, para os dias mais frios, piscina interior aquecida. Se o ministro quiser levar os filhos, gostará de saber que há animação pensada para entreter as crianças. E deixar os pais descansar um pouco.
Des Arts – Hostel & Suites
Rua Cândido dos Reis, 53, Amarante. 96 228 7457. Camaratas a partir de 18€, suites a partir de 55€ (época de verão)
São cada vez mais as pessoas que querem descobrir, ou redescobrir Amarante. O Des Arts – Hostel & Suites devolve ao edifício de cinco andares a sua função desde pelo menos 1902, que é a de alojar os visitantes da cidade. Era ali que funcionava o Grande Hotel Silva. No início de julho, depois de anos de reabilitação, os descendentes do poeta Teixeira de Pascoaes deram a Amarante 15 suites e camaratas de duas, quatro, seis, oito, 10 e 12 pessoas, num total de 48 camas.
Na época de verão, os preços das camaratas variam entre os 18€ e os 24€ por pessoa. Já as suites, mais privadas, começam nos 55€ por quarto e vão até aos 86€ da suite twin superior. O pequeno-almoço está incluído. De resto, o Des Arts marca pela ligação às artes, seja em pequenos pormenores como os quartos se chamarem Teixeira de Pascoaes, Amadeo de Souza-Cardoso ou Sophia de Mello Breyner, seja pelas referências a uma geração de ouro da cultura portuguesa. Apesar de ficar no centro da cidade, a vista das traseiras dá para o rio Tâmega, que fica mesmo ao lado, assim como um pequeno jardim privado. O bar aposta nos cocktails e também quer ser palco de eventos culturais.
Exe Almada Porto
Rua do Almada, 361, Porto. 22 340 5600. Quarto duplo entre 99€ e 259€
A procura pelo Porto, quer por turistas nacionais, quer por estrangeiros, tem crescido a olhos vistos. O que se tem traduzido também na abertura de cada vez mais hotéis. O Exe Almada Porto adicionou 64 quartos à cidade, numa rua que no passado era conhecida pelas suas lojas de ferragens, a Rua do Almada. Algumas ainda resistem, outras deram lugar a bares, restaurantes e lojas.
Todos os quartos deste novo hotel de quatro estrelas estão equipados com casa de banho, ar condicionado e aquecimento, escritório, telefone, minibar e caixa-forte. Piscina ou spa não moram aqui. É, sim, ideal para quem quer ficar bem no centro da cidade, a poucos metros dos bares e restaurantes, a uma distância simpática a pé do tabuleiro superior e inferior da Ponte D. Luís.
Torel Avantgarde
Rua da Restauração, 336, Porto. 93 053 7839. A partir de 190€
A nossa segunda sugestão para o Porto é tão nova, tão nova, que só abre no início de setembro. Mas quando vimos o projeto do Torel Avantgarde não quisemos deixá-lo de fora. Situado num edifício dos anos 1940, todo renovado, este hotel de cinco estrelas tem 47 quartos, 37 dos quais com vista para o Douro. Há ainda um restaurante, um jardim e uma piscina exterior. Mais resguardado é o spa, que inclui banho turco, jacuzzi, ginásio e duas salas de massagens. Os clientes de fora do hotel também podem experimentar o spa.
Nada na decoração parece ter sido feito ao acaso. Os principais responsáveis por isso são quatro artistas e designers portugueses, Jorge Curval, Frederico Draw, Daniel Eime e Paulo Neves, que procuraram inspirar-se na arte e no design dos anos 1940 e dar a sua interpretação contemporânea. Cada um dos quartos, entre os quais 2o suites, receberam o nome de artistas da avant-garde dentro da arte, literatura e ciência: Francis Bacon, Charles e Ray Eames, Amadeu Souza-Cardoso ou Alberto Giacometti. E para que a arte se renove, está previsto o acolhimento de exposições. Situado ao lado do Instituto do Vinho Verde, o Torel Avantgarde também apresentará aos seus clientes o tema dos vinhos portugueses. Já é possível fazer reservas. Pernoitar, só mesmo daqui a um mês.
Hotel Medieval de Penedono
Praça 25 de Abril, Penedono (Viseu). 91 438 1975. A partir de 55€
Depois de quase quatro anos de portas fechadas, o Hotel Medieval de Penedono está como se fosse novo. Voltou a abrir em junho e tem como singularidade o facto de pertencer à própria autarquia de Penedono. O fim de semana de feira medieval já aconteceu, no início de julho, mas a vila tem outros encantos, como o Castelo, ou o património judaico.
O Hotel Medieval fica bem no centro da vila, tem quatro estrelas e conta com 13 quartos, restaurante e bar. Não tem piscina, mas disponibiliza toalhas para quem quer ir a banhos. Há uma explicação: as piscinas municipais, interiores e exteriores, ficam a poucos metros de distância.
Histórias por Metro Quadrado
Travessa do Rossio, 1, Aveiro. 23 442 0289. A partir de 67,50€ (época alta)
Quem visitou Aveiro nos últimos três anos reparou certamente no aumento de turistas que se passeiam pelos jardins e em torno dos canais. Para dar guarida a alguns deles nasceu, em fevereiro de 2017, o Histórias por Metro Quadrado, num edifício que outrora serviu os serviços alfandegários da cidade. Ao todo são oito quartos decorados com a ajuda dos alunos da Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, que tiveram como desafio reinterpretaram temas e espaços considerados emblemáticos de Aveiro.
Todos os quartos têm casa de banho privativa e foram batizados com referências incontornáveis da cidade, que valem quase como um guia do que não perder: Museu Santa Joana, Casas da Costa Nova, Ovos Moles, Salinas, etc. Inserido no mesmo edifício está o restaurante Armazém da Alfândega, aos comandos do chef Daniel Cardoso, e que também merece uma visita.
Colina dos Piscos
Casal Pisco, Seiça (Ourém). 93 056 3428. De 105€ a 140€ (época alta)
Sugestão mais campestre do que esta não há. Os arquitetos Jorge e Filipa Castelão, pai e filha, esperaram por abril, mês em que estes campos ficam cheios de papoilas, para abrir a Colina dos Piscos. A casa é original do século XIX e tem agora os seis quartos à disposição de quem quer desligar da rotina nas grandes cidades. Se é para isso, este é o sítio. A propriedade é grande, tem um lago com cascatas, um pinhal, uma vinha e um olival, e além das acomodações ainda está aberto a propostas para eventos.
E não é porque está no meio do campo que a decoração seguiu o caminho mais rústico. Manteve-se até bastante minimal, à base de branco e das texturas naturais da madeira. O programa não se esgota no inspirar de ar puro. Além de umas braçadas, pode sempre optar por uma sessão de meditação ou por uma massagem de relaxamento à beira do lago. A Casa das Artes é outra das atrações. Tem uma agenda própria, com oficinas e workshops para todas as idades, e um vidro panorâmico. À primeira vista, até parece que este campo não tem fim.
Bukubaki
Rua do Juncal, Ferrel (Peniche). 26 224 9830. A partir de 135€
É um eco resort e isso significa que está em harmonia com a natureza, não só por utilizar energias renováveis mas também porque o próprio alojamento é feito em casas nas árvores e enormes tendas à sombra de pinheiros. Tree houses são sete, todas feitas em madeira, equipadas com cozinha e com capacidade para receber uma família (quatro a seis pessoas). Já as tendas aproximam-se do conceito de glamping e são tão espaçosas que têm uma cama king size.
Situado em Ferrel, muito perto de Peniche, o Bukubaki não podia deixar de ter uma ligação estreita ao surf e organiza aulas para principiantes ou viagens para os que querem encontrar “lugares alternativos e surfpots com menos crowd“. No próprio resort também é possível andar de skate e há ainda restaurante, bar, ginásio de ioga, piscina e centro de bem-estar.
Le Consulat
Praça Luís de Camões, 22 (Lisboa). 93 668 7451. De 180€ a 480€
Já em maio tínhamos mostrado os cantos à casa. Onde durante mais de um século funcionou o consulado do Brasil em Lisboa, abriu este ano um hotel, no mínimo, original. O Le Consulat tem 20 suites, um bar, um restaurante e uma galeria de arte com sete salas, onde as exposições temporárias se vão sucedendo. Mas há mais arte. Cada suite desafiou uma galeria e os quartos têm, por isso, obras de artistas portugueses como João Tabarra, Carlos Noronha, Rosa Carvalho e Gil Heitor Cortesão, além do mobiliário indispensável a uma noite bem dormida e da decoração ao estilo retro, com o dedo da loja Muito Muito.
À frente do projeto inovador estão os franceses François Blot e Valerie Guérend. Vieram para Lisboa em 2014, depois de 25 anos em Paris, a trabalhar no mercado da arte contemporânea. Está visto que este hotel é diferente, até na forma como se abre à cidade e a todos os não hóspedes. Além da galeria de arte, todos são bem-vindos a subir e a conhecer o Aperitivo Bar à Vins, onde os petiscos ligeiros e os respetivos acompanhamentos a copo estão a cargo de André Ribeirinho do Adegga. Para uma ementa mais robusta será preciso esperar por meados de agosto, altura em que abre a Taberna Fina, o restaurante cuja carta está a cargo de André Magalhães, da vizinha Taberna da Rua das Flores.
The Lumiares
Rua Diário de Notícias, 142, Lisboa. 21 116 0200. Entre 190€ e 600€
O nome é uma herança que vem do tempo dos condes que aqui habitavam. Três anos de obras depois, o palácio do século XVIII abriu como hotel. Com cinco estrelas, o The Lumiares tem 53 quartos distribuídos por quatro pisos, um restaurante e um bar no terraço e ainda um pequeno spa, tudo isto entre o Bairro Alto e o Miradouro de São Pedro de Alcântara. Dentro do hotel, a tipologia do alojamento varia, dos studios às três penthouses que ocupam o quarto andar, todos eles com uma pequena kitchenette, caso o hóspede tenha o desejo súbito de cozinhar qualquer coisa.
O projeto, assinado pelos arquitetos Helder Cordeiro e João Pedro Pedras, trouxe o que de melhor se faz em Portugal para dentro do hotel. Os tapetes da Ferreira de Sá, a loiça Vista Alegre, as colchas da Fábrica de Burel de Portugal, vindas diretamente da Serra da Estrela, e as coleções de fotografia abstrata do também português Vasco Célio são os melhores exemplos. O último andar é, por excelência, o ponto de encontro deste hotel que abriu portas em junho. Além de um bar com uma vista desafogada sobre o coração de Lisboa, existe ainda o Lumni, ambos os espaços abertos ao público. O restaurante é de Miguel Castro e Silva, que não vai ficar por aqui. No final do verão, o chef abre também o Mercado, no piso térreo. Com o The Lumiares, a Bomporto, empresa de investidores ingleses, estreou-se no ramo dos hotéis boutique mas já tem planos para 2019 e 2020. Primeiro com o The Baronesa, também num antigo palácio, em Santos, também em Lisboa. Depois no Porto para inaugurar o The Rebello.
1908 Lisboa Hotel
Largo do Intendente Pina Manique, 6, Lisboa. 21 880 4000. A partir de 120€
Quem é que nunca passou pelo Largo do Intendente e parou para admirar o edifício que faz esquina? Não é para menos. A obra de Adães Bermudes construída em 1908 mereceu um Prémio Valmor e, no início do ano, teve direito a uma nova vida. O 1908 Lisboa Hotel já passou a fase de soft opening e entra agora em velocidade de cruzeiro. Lá dentro, a despretensão característica de uma nova geração de hotéis citadinos. O edifício foi mantido o mais fiel possível ao seu aspeto original e isso significa muito. Significa que quem entra dá de caras com os pilares em ferro trabalhado, próprios da Arte Nova muito em voga no romper do século passado, e com mosaicos hidráulicos iguais aos originais. Mas o ambiente deste hotel também vive de contrastes. Num cenário de outra época, figuram as peças de artistas bem contemporâneos como Bordalo II, SuperVan e Irmãos Marques.
E, realmente, o tamanho não é tudo. O 1908 só tem 36 quartos, mas recheados a rigor, quase só com produtos portugueses. Os móveis são da We Wood, as mantas de lã vieram d’A Vida Portuguesa e tudo o que é perfumado tem o rótulo da Castelbel. Curioso? Se não for para pernoitar fora de casa, tem sempre o restaurante (com um menu executivo a 12,50€). O Infame recuperou a velha fama do Intendente, se bem que a cozinha de base portuguesa do chef Nuno Bandeira de Lima é digna das melhores referências. Os sabores exóticos espreitam aqui e ali e, sempre que possível, as especiarias e ingredientes raros são comprados nas mercearias da vizinhança. Será só mais um restaurante de hotel? Não, é um restaurante com hotel.
The Noble House
Rua da Freiria de Baixo, 16, Évora. 26 624 7290. A partir de 93€
Na antiga casa dos condes de Lousã, no coração histórico de Évora e a 200 metros da Sé, nasceu um hotel de charme. É uma casa nobre, com certeza, e daí o nome, The Noble House. Ao todo são 24 quartos, alguns deles atravessados pela muralha romana ou com as paredes forradas a azulejos do século XVII. Nos últimos 50 anos o edifício funcionou como Pensão Policarpo — nome familiar a qualquer eborense, ou não pertencesse ao hotel mais antigo de Évora — e a antiga placa de ferro, gasta pelo tempo, foi mesmo pendurada num dos corredores do novo hotel para o lembrar. De resto, pouca coisa ficou do antigo estabelecimento.
Adquirida em novembro pela rede Unlock Boutique Hotels, a propriedade foi alvo de obras profundas e de uma renovação assinada pelo arquiteto Fernando Coelho que passou não só por dotar todos os quartos de casa de banho mas sobretudo por evidenciar os enormes tetos abobadados, o portal brasonado, os azulejos antigos, o tijolo burro, o mosaico hidráulico, os pedaços de muralha e os janelões abertos para o casario de Évora e a planície. Restaurante não há, mas há uma sala luminosa com terraço para servir os pequenos-almoços e os funcionários são os primeiros a sugerir alguns dos bons restaurantes da zona.
Azul Singular
Rua da Granja, 61, Horta, Faial (Açores). 29 294 5095. De 60€ a 95€
Se nos Açores a natureza é rainha, no Azul Singular é possível encontrar um trono à sua medida. Acabada de abrir na Horta, ilha do Faial, a unidade é composta por tendas híbridas (semelhantes a casas de madeira) que os proprietários chamaram de Ata-Desata, e ainda por yurts com uma cúpula que permite ver as estrelas a partir da cama. “Azul Singular é a nossa versão de paraíso”, dizem Pedro Rosa e Antónia Reis, uma expressão confirmada pelo cenário onde saltam à vista palmeiras, fetos, flores e outras árvores tropicais.
As tendas foram construídas de raiz para o projeto, assinado pelo arquiteto Albino Alves de Pinho, e intercalam madeira e telas, com enormes janelões para deixar entrar a luz e a vegetação — se isto não for suficiente, é até possível abrir paredes inteiras e tentar avistar os muitos pássaros que andam pelas redondezas, dos comuns melros aos tentilhões. E para o envolvimento com a natureza não ficar só pela vista, no exterior de cada unidade de alojamento existe uma fornalha e um depósito que permite aquecer a água de forma mais ecológica. Quer mais? Ainda há uma casa envidraçada com uma sala comum — o que inclui sofás para ler um livro –, e um terraço com vista para o mar.
White Exclusive Suites & Villas
Rua Rocha Quebrada, 10, Lagoa, São Miguel (Açores). 29 624 9153. De 200€ a 500€
O sonho de João e Catarina Reis tornou-se real e tem vista para o Atlântico. Melhor, o sonho de João e Catarina está praticamente em cima do Atlântico. No início de julho, o White Exclusive Suites & Villas abriu as portas. É um solar do século XVIII que o casal recuperou, mantendo os vestígios do que já foi uma propriedade vínica. Falamos de arcos, lareiras e paredes em pedra que têm sempre uma história para contar.
O branco predomina, dentro e fora das nove suites e da villa que fazem parte do complexo, e denuncia a inspiração do casal. As ilhas gregas sempre foram um destino de eleição, se bem que, no interior do novo hotel, é com peças portuguesas que se compõe o cenário. E bem que dissemos que o macramé está na moda. As peças feitas por Diana Cunha, da Oficina 166, vão buscar as cores da paisagem e tornam os quartos ainda mais acolhedores. O certo é que com um miradouro voltado para o mar, uma piscina de água salgada aquecida a 32 graus (quem fica na villa tem um jacuzzi só para si) e um restaurante, o Cardume, que serve um tagliatelle de lagosta no capricho, explorar esta e outras ilhas dos Açores fica um bocado mais difícil. Programas fora de portas não faltam. O White tem um barco próprio para levar as visitas a passear e ainda duas motos-quatro para acelerar em terra. Se o hóspede quiser ir à pesca também se arranja e, quando regressar, até pode usar a cozinha do restaurante e preparar o próprio peixe para o jantar.
Pestana Royal
Estrada Monumental, 275, Funchal (Madeira). A partir de 220€
Para os fãs do “tudo incluído”, que nas férias querem ter como única preocupação decidir o que escolher no buffet, o grupo Pestana inaugurou em maio um hotel de cinco estrelas all inclusive no Funchal. Por all inclusive entenda-se com pequeno-almoço, almoço, jantar, snacks e bebidas nacionais servidos num dos quatro restaurantes, e ainda acesso a duas piscinas exteriores, solário e jacuzzi ao ar livre, Kids Club — para quem viaja com crianças –, bilhar, mini-golfe e campo de ténis.
Localizado no cimo da falésia da Praia Formosa — há mesmo um elevador exclusivo para os hóspedes com acesso direto ao areal — o Pestana Royal ocupa o lugar do antigo Regency Palace, que esteve fora de serviço durante dois anos, e fica a dez minutos do centro da cidade. Pretexto mais do que perfeito para explorar o roteiro do Observador (se conseguir sair do resort).