Pepe Brix, fotógrafo documental português, é o autor deste artigo, terceiro da história “Este Verão Portugal é Mini”

Para a maioria dos que lá vão, a tenda é o único, mas também o mais divertido resguardo, para passar as noites à beira rio. Por isso, assim que vão chegando, uma certa azáfama vai também tomando conta do parque de campismo e enquanto uns ainda procuram a árvore que lhes vai salvar uma manhã de sono, os outros estão já de martelo nas mãos fixando as últimas estacas das suas tendas.

É tudo tão simples como passar um fim-de-semana descansado e aproveitar as águas límpidas do rio para refrescar a mente e o corpo, esquecendo todas as rotinas que nos impelem ao isolamento. Há quem tenha na pequena marina um ou outro barco para tornar o fim de semana ainda mais vivo e memorável. Entre alguns banhos de sol e um lanche numa pequena ilha escolhida a dedo, os pequenos barcos de fibra vão recolhendo da ilha os que não resistem à adrenalina dos insufláveis que voam sobre as águas do rio, e aqueles mais experientes que preferem manobrar na esteira do barco com uma prancha de wakeboard nos pés.

Invertendo as palavras de Fernando Pessoa poderia dizer: afinal, a melhor forma de sentir é viajar. Tenho dedicado uma boa parte do meu tempo a isso mesmo. Das regiões litorais aos povos do inóspito interior, subindo às mais altas montanhas, tenho sido constantemente surpreendido pela beleza com que a natureza esculpiu o nosso planeta e como o Homem se adaptou sempre às condições que lhe foram impostas. De facto não tenho como negar que tem sido em viagem que me tenho sentido sempre mais ligado a tudo o que dança à minha volta, e a mim, claro.

Finalmente é hora de começar a descobrir Portugal e perceber melhor por que razão todos os que cá vêm para explorar o território nacional saem tão cheios e com tanta sede de voltar.

Já na estrada, ao volante desta encantadora Mercedes fabricada em 1976, alguém me avisava de um encontro anual de amigos que estava prestes a acontecer, num lugar que eu haveria de gostar de conhecer.

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Inicialmente um grupo de amigos, todos eles ligados à aviação, juntava-se anualmente para celebrar essa fulgente energia de Verão que nos conduz tantas vezes para perto da água. Neste caso para as maravilhosas praias fluviais das margens do Zêzere.

Qualquer data no Verão serviria para que este grupo de amigos se pudesse reunir e libertar durante alguns dias nesse cenário inspirador. Contudo, a juntar à contemplação da paisagem, todos os anos esta espécie de assembleia de descompressão acontece no mesmo fim-de-semana das festas populares do Trízio para garantir que á noite, depois de todos os rejuvenescedores banhos na praia, há ainda tempo para uma última Mini entre amigos, antes do fecho da tenda subir e guardar-se na noite nada mais do que o som dos grilos lá fora.

Este Verão Portugal é Mini

Meu mar, meu quintal

Serra d’Arga: um roteiro para escalar a sua nobreza

Quando o Verão dá à costa

Descendo os caminhos ancestrais da ilha

Rua, a galeria a céu aberto

Livres como pássaros

Do liceu aos churrascos no hostel