As duas portuguesas, avó e neta, que morreram no atentado de quinta-feira em Barcelona eram naturais de Sintra e tinham chegado poucas horas antes à cidade para umas férias e decidiram dar um passeio nas Ramblas. A origem das vítimas foi confirmada este sábado pelo presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, através da sua página de Facebook. Antes, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, tinha falado aos jornalistas na sede do Governo da Catalunha e avançado mais detalhes sobre as vítimas.

“Acabo de confirmar com o Secretário de Estado das Comunidades que as duas vítimas portuguesas eram de Sintra. Os meus pensamentos estão com a família. Estão com todas as famílias cuja brutalidade do evento ceifou a esperança e a alegria”, escreveu Basílio Horta na Internet. Na mensagem em que apresenta condolências à família das vítimas, o autarca defende que o terror “tem de ser derrotado com a única resposta possível. Com amor. Com amor e sem medo”, e ainda cita Churchill: “Lutaremos. Lutaremos com redobrada confiança. Nunca nos renderemos”.

“Esta jovem esteve de férias com o pai e vinha cá [a Barcelona] com a avó, que era a sua confidente, passar oito dias”, tinha dito antes José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades, aos jornalistas na sede do Governo da Catalunha. “Chegaram, instalaram-se, contactaram com a família e foram dar um pequeno passeio. E foram colhidas neste acidente trágico”, disse o governante português, que hoje de manhã se reuniu com a família para dar a notícia da morte da jovem. Os pais, contou José Luís Carneiro “estão destroçados, por várias circunstâncias”.

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“Primeiro porque foram colhidos pela surpresa da morte da mãe deste português e ficaram estas horas sem saber do paradeiro da sua filha, isso em si mesmo é muito trágico”, disse o secretário de Estado. Ainda assim, o responsável acredita que o processo de identificação das vítimas “foi muito rápido”.

Na sexta-feira, contou, foi necessário fazer visitas às unidades hospitalares para verificar se esta jovem de 20 anos estava entre os feridos. “Depois dessa verificação, chegámos à conclusão de que não se encontrava nessas circunstâncias“, recordou. De seguida, foi necessário recolher as impressões digitais da jovem, que tiveram de ser autorizadas pelo instituto de registos e notariado em Lisboa e chegaram ao fim do dia de sexta-feira a Barcelona.

“Depois a família foi chamada ontem, por um lado para certificar a senhora mais idosa – a avó. E foram também recolhidos outros elementos necessários aos testes de ADN. Entre ontem e hoje foram realizados esses testes e confirmou-se o pior cenário“, concluiu. Espanha foi esta semana alvo de dois ataques terroristas, em Barcelona e em Cambrils, na Catalunha, que fizeram 14 mortos e 135 feridos, com a utilização de viaturas que atropelaram pessoas indiscriminadamente.

Segundo a fonte da secretaria de Estado das Comunidades, “as cerimónias fúnebres” das duas portuguesas “serão realizadas na quarta-feira, tendo início às 10h30 horas, no complexo funerário de Cascais” onde haverá uma cerimónia religiosa e a cremação de um dos corpos. Posteriormente, às 14h30 horas, o funeral sai para o cemitério em São Pedro de Penaferrim, no concelho de Sintra, de acordo com a mesma fonte.

Os cadáveres das da avó e da neta, que foram entregues no domingo à família, saíram de Barcelona para Portugal esta tarde de segunda-feira num avião da Força Aérea Portuguesa disponibilizado pelo Governo, adiantou a mesma fonte.

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A lista de vítimas mortais do ataque em Barcelona inclui duas portuguesas, uma mulher de 74 anos, residente em Lisboa, e a sua neta, de 20. Em Barcelona, o ataque ocorreu na quinta-feira à tarde, nas Ramblas, uma avenida muito frequentada por turistas.

Na madrugada de sexta-feira, cinco homens num automóvel atropelaram um grupo de pessoas em Cambrils, uma estância balnear a cerca de 100 quilómetros de Barcelona, fazendo um morto e cinco feridos. Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh).