O inventor dinamarquês Peter Madsen, suspeito de ter matado a jornalista sueca Kim Wall, cujo corpo decapitado apareceu esta terça-feira no mar a sul de Copenhaga, nega as suspeitas de homicídio e de mutilação do cadáver.

“O suspeito nega o homicídio e profanação de um corpo humano”, disse a polícia de Copenhaga num comunicado esta sexta-feira. As autoridades, que neste momento mantêm Peter Madsen em prisão preventiva por suspeitas dos crimes de homicídio involuntário e profanação de cadáver, estão a reunir provas no sentido de acusá-lo de homicídio voluntário.

Semanas antes de o corpo de Kim Wall ter sido encontrado, Peter Madsen já tinha sido detido sob suspeitas de homicídio involuntário. Kim Wall, jornalista de 30 anos, ia escrever um artigo sobre o inventor dinamarquês, uma celebridade no seu país. A última vez que a jornalista sueca foi vista foi no dia 10 de agosto, a bordo de um submarino construído por Peter Madsen. No dia seguinte, a 11 de agosto o submarino terá tido um acidente e afundou. Nesse mesmo dia, o inventor acabou por ser resgatado, acontecimento que mereceu cobertura noticiosa na Dinamarca. O corpo de Kim Wall só foi descoberto esta segunda-feira, 21 de agosto.

Numa fase inicial, Peter Madsen disse que tinha deixado a jornalista Kim Wall “em segurança” em Copenhaga. Mais tarde, disse que a tinha “enterrado” no mar.

Os investigadores referem que o corpo de Kim Wall, estava preso a um peso de metal, que pode ter sido usado para o corpo não emergir e assim permanecer escondido. Além disso, também encontraram vestígios de sangue no submarino de Peter Madsen. Estes elementos podem ser cruciais para uma acusação de homicídio voluntário, que, para já, ainda não foi formalizada.

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Kim Wall era jornalista freelance e escrevia sobretudo para publicações de língua inglesa, como o The Guardian, o The New York Times, a Foreign Policy ou a The Atlantic. Segundo a biografia disponível no seu site, dividia a sua vida entre Nova Iorque e a China.