O segundo condenado no processo movido pela justiça norte-americana, no âmbito do caso que ficou conhecido como Dieselgate, é Oliver Schmidt que, alegadamente, teria conhecimento da manipulação de emissões nos motores diesel desde 2009. Porém, não só não denunciou a acção fraudulenta às autoridades competentes, como continuou a encobri-la.

Enquanto o primeiro condenado, o engenheiro James Liang, viu a sua pena ser reduzida para metade depois de ter chegado a um acordo judicial, Schmidt foi apanhado no aeroporto de Miami em Janeiro de 2017, quando tentava regressar dos EUA à Alemanha. País, aliás, onde estão “protegidos” os restantes executivos da Volkswagen que a justiça norte-americana gostaria que se sentassem no banco dos réus, mas que estão fora do alcance porque, neste caso, a Alemanha não cumpre o acordo de extradição…São eles Heinz-Jakob Neusser e Jens Hadler, responsáveis ​​pelo desenvolvimento de motores; Richard Dorenkamp, ​​especializado em motores diesel para os EUA; Bernd Gottweis e Jürgen Peterem, responsáveis pela qualidade.

No extremo oposto, chegou-se a especular que Schmidt poderia ser condenado a 169 anos de prisão. Acabou por ser considerado culpado, sim, mas terá de cumprir apenas uma pena de sete anos, além de pagar uma multa de 400 mil dólares.

Mas, afinal, quem é este homem e que papel teve? Oliver foi diretor-geral do departamento de Meio Ambiente e Engenharia da Volkswagen no Michigan. Sabia que a marca germânica queria que os clean diesel fossem homologados nos EUA. Sabia também que os engenheiros que trabalhavam nesses motores há anos, por mais que tentassem, não conseguiam encontrar uma forma legal de os colocar dentro dos limites de emissões impostos por lei. A solução, ilegal, acabou por vir da Bosch que concebeu uma unidade de gestão electrónica do motor capaz de detectar quando é que o veículo estava a ser testado e, aí, os resultados eram ecológicos.

Foram vendidos quase 600 mil motores diesel nos EUA com esta “habilidade”. Oficialmente, a Volkswagen alega que não foi informada de nada e que os funcionáros terão cometido fraude por conta própria. Pelo que, como acabou por ser provada a culpa de Oliver Schmidt neste processo, a marca germânica não exclui a possibilidade de intentar uma acção judicial contra ele.

Já Oliver Schmidt poderá recorrer da sentença que agora lhe foi aplicada ou, conforme avança o Welt am Sonntag, tentar cumprir a pena na Alemanha. Para que tal seja possível, é necessária a aprovação quer do Departamento de Justiça norte-americano quer do alemão.

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