Mira Sorvino acusa Harvey Weinstein de assédio sexual e diz que se sentiu afastada da indústria do cinema depois de ter dito ‘não’ a Weinstein. O caso de assédio remonta a 1995, quando a atriz estava então no auge da sua carreira — tinha acabado de filmar “Mighty Afrodite”.

Pode ter havido outros fatores, mas definitivamente senti que me estavam a afastar e que a minha rejeição a Harvey tinha alguma coisa que ver com isso”, contou Sorvino à revista The New Yorker.

À revista norte-americana, Sorvino contou que o produtor a assediou sexualmente e que tentou forçá-la a manter uma relação física quando trabalhavam juntos. Em 1995, durante o Festival Internacional de Filmes de Toronto, a atriz encontrou-se com Weinstein num quarto de hotel — “Ele começou a massajar-me os ombros, o que me deixou muito desconfortável, depois tentou algo mais físico”. Soverino disse-lhe que não tinha casos com homens casados (à data, Weinstein estava casado com Eve Chilton), tentando escapar ao convite do produtor.

Depois deste episódio e de outras tentativas por parte de Weinstein, a atriz diz que se sentiu cada vez mais afastada do mercado dos filmes. A confirmação do que Sorvino alegava surgiu há uns dias, quando o produtor e cineasta Peter Jackson revelou que, em 1998, Harvey Weinstein o pressionou para que não contratasse Mira Sorvino nem Ashley Judd para o projeto “O Senhor dos Anéis”, segundo o jornal El País.

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Lembro-me de que a Miramax nos disse que era um pesadelo trabalhar com elas e que devíamos evitá-las a todo o custo”, disse Jackson.

O realizador diz que na altura não tinha nenhuma razão para questionar aquilo que a produtora lhe dizia, acrescentando que agora suspeita de que “nos tenham dado essa informação falsa sobre estas duas talentosas mulheres, e, como resultado direto, elas foram eliminadas da nossa lista de casting“, lamenta Jackson.

Assim que soube desta confissão, Sorvino não tardou em escrever na rede social Twitter. A atriz diz que esta é a confirmação de que realmente as suas suspeitas estavam corretas, agradecendo a Peter Jackson por ter sido honesto. Ashley Judd também reagiu.

A verdade é que a carreira de ambas as atrizes entrou em colapso no início da última década, sendo estas mais um exemplo de one hit wonders.

Weinstein nega as acusações

O produtor norte-americano não se tem pronunciado sempre que é acusado de assédio sexual, mas, de acordo com o jornal El País, desta vez, fê-lo através de um comunicado, onde nega as acusações.

O comunicado diz que “Weinstein não incluiu Mira Sorvino em nenhuma lista negra”, e que alías, trabalhou com ela durante esse período, no filme “Mimic”, de Guillermo del Toro. É ainda feita referência ao facto de Sorvino sair, naquela altura, com Quentin Tarantino, “a base das espinha da Miramax”.

Naquele momento ninguém poderia ter marginalizado ou descarrilado a carreira de Mira Sorvino, que acabava de ganhar um Óscar e um Globo de Ouro e que foi disputada para papéis principais nos sete principais estúdios e redes de televisão”, pode ainda ler-se no comunicado.

Relativamente a Ashley Judd e Peter Jackson, o comunicado refere que o produtor poderia ter incluído quem quisesse nos filmes depois do êxito que teve “O Senhor dos Anéis”.