O Nissan Leaf ainda é o eléctrico mais vendido no planeta, apesar de ter perdido essa posição no mercado europeu para o seu colega (da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi) Zoe. Mas tudo indica que o título de maior do mundo, no que respeita à locomoção a electricidade fornecida por baterias, deverá cair nas mãos da Tesla, assim que esta perceber como produzir o Model 3 nas quantidades previstas, de que depende para sobreviver. Contudo, os japoneses não estão dispostos a abrir mão da liderança sem dar luta. Este ano, querem vender o novo Leaf em todos os países, para em 2019 estarem em posição de disputar o mercado, taco a taco, com o mais barato dos Tesla.

Para a Nissan a situação não podia ser mais simples: se os clientes compram o Model 3 pela sua elevada potência, maior autonomia e generosa capacidade de aceleração, então o Leaf vai ser capaz de oferecer isso mesmo. Por isso, se este ano o eléctrico vai começar a inundar o mercado com a versão mais acessível, com bateria de 40 kWh, motor de 150 cv e uma autonomia de 380 km, segundo o ciclo NEDC (241 km, de acordo com a norma americana EPA ), a Nissan prepara já uma versão com mais 50% de bateria e potência a condizer, visando fornecer um eléctrico que seja mais rápido e vá mais longe.

Leaf melhor que Model 3?

Previsto chegar em 2019, o Leaf com uma capacidade de energia de 60 kWh (em vez dos actuais 40 kWh) montará um motor de 218 cv (em vez de 150 cv), o que lhe vai permitir atingir 100 km/h em somente 6,5 segundos (em vez de 8,6). Estes valores permitem ao Leaf de 60 kWh bater o Opel Ampera-E (o Chevrolet Bolt dos EUA), que reivindica a mesma capacidade de bateria, mas possui 204 cv e cumpre os 100 km/h em 7,3 segundos.

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Quanto à autonomia, enquanto o Leaf de 40 kWh anuncia 380 km na homologação NEDC, o de 60 kWh deverá ir substancialmente mais longe, com apenas uma carga. À falta de valores referentes ao ciclo NEDC, podemos basear-nos na norma americana EPA, que anuncia 241 km para a versão de 40 kWh e prevê 362 km para a de 60 kWh, o que na norma NEDC deverá equivaler a mais de 500 km de autonomia para o Leaf de 60 kWh.

Comparado com o Tesla Model 3, o Leaf com bateria e motor mais generosos é de longe o modelo que mais se aproxima do rival americano, sendo que ainda não foi divulgada a potência (que a EPA estima em 258 cv) do mais barato dos Tesla nem a sua capacidade de bateria (calcula-se que a normal tenha 60 kWh e a Long Range 75 kWh). Sabendo-se, isso sim, que existirão dois níveis distintos para ambos. Isto permite ao Model 3 anunciar 0-100 km/h em 5,1 e 5,6 segundos, além de uma autonomia de 354 km e 499 km, sempre segundo a norma EPA, que faz equivaler o Tesla com a bateria mais pequena (deverá ser de 60 kWh) ao mais possante dos Leaf.

A nova versão do Nissan eléctrico, com mais capacidade de bateria, vai recorrer a acumuladores da LG Chem, e possui um carregador interno de 6,6 kW a 22 kW (em AC, corrente alterna), ou até 100 kW, se ligado a um sistema de corrente contínua (DC). Isto representa um considerável passo em frente em termos de velocidade de carga, assegurando que o Leaf pode atingir 80% de carga em somente 20 minutos. Além da melhoria na velocidade de carga, o Leaf de 60 kWh prevê um incremento no preço de apenas 5.000 €, face à versão de 40 kWh, o que é certamente tentador para os que não desejam ser muito limitados por constantes operações de recarga.