Se o pequeno almoço é ou não a refeição mais importante do dia, fica ao critério de cada um. Mas para a Breadfast, não há grandes dúvidas. A startup portuguesa começou a fazer as primeiras entregas em janeiro, apenas em alojamentos locais, e estendeu, no início deste mês, o serviço de pequenos almoços ao domicílio a todo o concelho de Lisboa. E tudo porque as manhãs são aquele momento do dia em que a maioria das pessoas não tem muito tempo a perder. Mário Tarouca, fundador da empresa e também ele anfitrião de turistas que visitam a cidade, começou por experimentar o conceito nos seus próprios alojamentos. Depois de ter surpreendido uns quantos visitantes com um pequeno almoço bem guarnecido, pensou duas vezes e percebeu que a ideia tinha pernas para andar como negócio.
A Breadfast passou depois pelo Tourism Explorers, um programa de aceleração da Fábrica de Startups e do Turismo de Portugal, em parceria com a NOS, onde avaliou o modelo de negócio e de onde partiu para a criação da empresa no início de 2018. No fim de semana da Páscoa, o serviço bateu recordes. Entre sexta-feira e domingo, a empresa entregou à volta de 300 pequenos almoços. Valeu-lhe uma rede generosa de alojamentos turísticos que inclui a Be Guest, a Sweet Inn, a Lisbonne Collection e a Imperium Village. Entretanto, cedeu à pressão. Amigos e conhecidos começaram a pedir que os pequenos almoços também lhes batessem à porta e que não fossem apenas um exclusivo dos turistas.
O serviço estendeu-se aos consumidores finais no início de abril e diferencia-se de empresas como a UberEats e da Glovo pela especificidade. A Breadfast só entrega pequenos almoços, entre as 7h e as 10h, embora não rejeite logo a possibilidade de aparecer noutros horários, e não está dependente de cafés ou restaurantes parceiros. As encomendas são feitas online, sempre até às 18h do dia anterior, tal como as marcações de entregas, para já circunscritas ao concelho de Lisboa.
A confeção é própria e, para já, há três menus como opção: o Continental, o mais próximo do pequeno-almoço clássico, o Light, onde são introduzidos produtos a pensar na linha — como o pão de sementes, o queijo fresco e frutos secos –, e o Veggie, com as alternativas do leite de soja e da manteiga de amendoim. Embora, na teoria, as doses sejam individuais, a quantidade de ingredientes parece generosa o suficiente para dividir. Os preços variam entre 18€ e 20€, mas também com opções mais económicas, caso esteja com pressa e queira dispensar alguns produtos. Nesse caso, os preços ficam entre os 14€ e os 15€.
O objetivo é proporcionar um pequeno almoço reforçado sem que os clientes tenham de sair de casa, seja para tomá-lo fora, seja para trazê-lo para o quentinho do lar. A única parte má é que se perdem (ou pelo menos diminuem) aqueles outfits brilhantes típicos da idas ao supermercado. A empresa assegura esforços para que todos os produtos no menu sejam portugueses, salvo algumas exceções, e até de outras startups, como acontece com o chá da Herbas. A expansão faz parte dos planos da Breadfast, primeiro em Lisboa e mais tarde no Porto. De momento, já há planos para alargar o horário das entregas no verão e passar a servir pequenos almoços até ao meio-dia. Assim, sempre dá para dormir até mais tarde.