O ministro das Finanças de Moçambique disse esta quinta-feira que a sua deslocação a Washington, este mês, destina-se à participação nos encontros com o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e não a reunir-se com credores.
Não vamos a Washington para encontros com os credores [da dívida pública]. Vamos participar nos encontros regulares com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional”, declarou Adriano Maleiane, falando neste dia em Maputo durante o encerramento do debate parlamentar sobre a Conta Geral do Estado (CGE).
Admitindo a possibilidade de haver um encontro com os credores das dívidas ocultas, à margem dos encontros com o BM e o FMI, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique acrescentou que o Governo moçambicano será representado nessa reunião pelos seus assessores internacionais. “Quem tem negociado diretamente a questão da dívida com os credores são os nossos assessores”, sublinhou.
Adriano Maleiane convidou a Assembleia da República a indicar deputados para participarem nos encontros de inverno do BM e do FMI, assinalando a necessidade de o país ser representado por vários setores da sociedade.
“Estes encontros irão discutir questões de finanças internacionais, o comércio internacional e as perspetivas da economia global, estes encontros não discutem questões de dívida”, declarou Maleiane.
O Governo de Moçambique propôs, numa reunião em Londres, a 20 de março, aos credores e investidores da dívida pública em dólares um haircut [perdão de dívida] de 50% nos juros passados e nas penalizações, caso existam, e alterações às taxas de juro e à maturidade da emissão de dívida. Na altura, um porta-voz de parte dos detentores de títulos de dívida admitiu que poderiam vir a solicitar um novo encontro com representantes do Governo moçambicano à margem dos trabalhos em Washington, mas nenhuma reunião foi ainda confirmada.