O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, considerou esta segunda-feira que as intervenções militares de sábado na Síria foram “uma resposta proporcional” para dissuadir o regime de Bashar al-Assad a não usar mais armas químicas. Edouard Philippe observou que os ataques de França, Estados Unidos e Reino Unido enviaram uma mensagem forte e clara ao Presidente da Síria, para que se evite que civis possam sofrer com a utilização de armas biológicas e químicas.

Na Assembleia Nacional de França, o primeiro-ministro referiu que os serviços de informações franceses e dos aliados norte-americano e britânico comprovam “a realidade” do ataque químico a Douma, em 7 de abril, perpetrado pelas forças governamentais. A França instou os seus 14 parceiros do Conselho de Segurança da ONU a entrarem esta segunda-feira “de boa-fé” nas negociações sobre um projeto de resolução sobre a Síria incidindo sobre as vertentes química, humanitária e política.

Uma primeira reunião, ao nível dos especialistas dos 15 países membros do Conselho de Segurança, tem início marcado para as 18h30 (19h30 em Lisboa). “Não há um calendário artificial [para uma votação]. O que nós queremos é entrar em negociações verdadeiras, produtivas e sérias”, disse o embaixador francês na ONU, François Delattre, à imprensa.

Iniciado pela França e apoiado pelos Estados Unidos e o Reino Unido, o projeto de resolução foi colocado no sábado à noite em cima da mesa do Conselho de Segurança, menos de 24 horas após os bombardeamentos daqueles três países na Síria, para punir o regime por ter recorrido a armas químicas em Douma, num ataque que fez 40 mortos e mais de 500 feridos. A Rússia nega, tal como Damasco, que tenham sido usadas armas químicas naquela cidade próxima da capital síria.

A ofensiva de sábado na Síria consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, segundo o Pentágono. O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição. Segundo o secretário-geral da NATO, a ofensiva teve o apoio dos 29 países que integram a Aliança.

Na sequência destes ataques, e a pedido da Rússia, realizou-se uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, na qual foi rejeitada uma proposta, apresentada pelos russos, de condenação da ofensiva militar. No domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, avisou que novos ataques à Síria por países europeus e Estados Unidos pode provocar “o caos” nas relações internacionais O líder sírio, Bashar al-Assad, acusou os Estados Unidos e os seus aliados de lançarem uma “campanha de falácias e mentiras” após a ofensiva militar lançada no sábado por Washington, Londres e Paris.

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