O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira que no processo de saída do Reino Unido da União Europeia é aconselhável que haja o mínimo de bloqueios ou barreiras à circulação de pessoas e bens. “Aquilo que eu desejo é que a saída do Reino Unido, respeitando a vontade dos seus cidadãos, tenha em conta que o Reino Unido continua a fazer parte da Europa, que é o nosso mais velho aliado e um grande parceiro económico. É um Estado com quem temos de manter a relação mais próxima possível”, defendeu António Costa em Cascais.

O ‘Brexit’, os programas Erasmus e as profissões do futuro foram alguns dos temas debatidos esta sexta-feira pelo chefe do Governo com alunos de uma escola de Cascais, durante uma discussão sobre a União Europeia. António Costa participou esta tarde numa iniciativa promovida pela Escola Básica e Secundária Frei Gonçalo de Azevedo, no concelho de Cascais, município nomeado como Capital Europeia da Juventude.

A este encontro, assistiu também o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e participou, como orador, o Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas. Durante cerca de uma hora, vários estudantes questionaram o primeiro ministro sobre a atualidade europeia, nomeadamente a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), e a implementação ou não de projetos que envolvam mais os jovens.

“Muitas vezes nós temos ideia de que a Europa fica em Bruxelas e de que em Bruxelas há uns senhores que decidem por nós. A verdade não é essa. Todos nós fazemos parte da Europa e contribuímos para a opinião pública da Europa. São os cidadãos que decidem o futuro da Europa”, começou por dizer António Costa. Nesse sentido, o primeiro-ministro destacou a importância de existirem programas de intercâmbio europeu, nomeadamente o Erasmus, que “aproximam mais os jovens da Europa”.

Aproveitando o facto de estar numa escola e a falar para estudantes, o primeiro-ministro aproveitou para defender a necessidade de existir uma mudança de paradigma relativamente à construção dos currículos escolares, sublinhando que estes se “devem adaptar às novas exigências”. “Cada vez mais os currículos devem estar preparados menos para sairmos da escola a saber fazer uma coisa concreta e uma profissão específica, mas preparados para ao longo da vida estarmos prontos para aprender coisas novas”, sublinhou, acrescentando que “no futuro irão aparecer profissões que ainda não existem”.

Apesar de ser um debate sobre a União Europeia, António Costa foi questionado sobre o futuro aeroporto do Montijo, uma obra que o governante perspetivou poder arrancar já no próximo ano, referindo que neste momento decorrem estudos de impacto ambiental.

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