O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, destacou esta segunda-feira a “reputação internacional de país competente e confiável” que Portugal alcançou, salientando, igualmente, a sua faceta solidária e sentido de dever. Azeredo Lopes discursava na Base Aérea n.º 5, em Monte Real, concelho de Leiria, na entrega da bandeira nacional à Força Nacional Destacada para o policiamento aéreo do Báltico, cuja liderança vai ser assumida por Portugal.
Detendo-se na bandeira, o ministro expressou o orgulho, enquanto português, em que esta integre a força, “não só, mas também por se tratar de uma missão no âmbito da NATO”, ou seja, “no quadro de uma organização de relevância matricial na garantia da defesa coletiva, promotora da cooperação e da solidariedade entre os aliados que, em rigoroso respeito do Direito Internacional e do Direito Internacional Humanitário, contribuem para uma paz e para uma segurança cada vez mais consistentes”.
“Não só, mas também porque, uma vez mais, honramos a palavra dada através da ação, concretizando de forma escrutinável por todos o compromisso assumido por Portugal com aquela organização”, continuou o governante, frisando que se trata de uma missão em que Portugal assume a posição de nação líder, “o que diz bem da reputação internacional de país competente e confiável” que se conseguiu granjear.
Para Azeredo Lopes, assim o país afirma a visão que tem deste Portugal do século XXI no mundo, “como país solidário que, com responsabilidade e sentido do dever, assume as suas responsabilidades e dá o seu contributo para a paz e para a segurança de todos”.
“Fá-lo, além do mais, num cenário geoestratégico de grande complexidade, marcado por ameaças que escaparam à nitidez do convencional e são hoje mais difusas, mais imprevisíveis, mais exigentes, e que, enquanto tais, demandam intervenções inteligentes, integradas e multidimensionais, que só num quadro de cooperação internacional é possível garantir”, adiantou.
Azeredo Lopes referiu que é nesse quadro que o país participou em 2007, 2014 e 2016, “num total de mais de 800 horas de voo”, e vai continuar agora a participar em 2018, na missão de policiamento da NATO nos países do Báltico que “não possuem meios próprios de defesa aérea, através do emprego de destacamentos aéreos com aeronaves F16 MLU”, a que se juntarão, depois, fuzileiros e aviões P3.
“Sim, podemos falar em missão de policiamento, mas só quem não vê ou não quer ver pode atribuir a esta expressão uma dimensão que não seja puramente militar e que não seja puramente defesa nacional”, declarou, para expressar uma palavra de “reconhecimento e gratidão aos militares” e a todos os que vão tornar possível a missão.
Entre 1 de maio e 31 de agosto, Portugal vai assegurar o policiamento aéreo da Estónia, Letónia e Lituânia, estando aprovada a participação de quatro aeronaves F-16 MLU, equipadas com mísseis ar-ar e canhão, e um destacamento de até 95 militares por rotação (mês), baseados na Lituânia. Os caças estão em alerta de prontidão em 15 minutos.
O destacamento engloba pilotos, pessoal de manutenção, segurança, logística, sistemas de comunicação e informação, e serviços de inteligência. A maioria do contingente é da Base Aérea n.º5, a única do país que tem sediados F16. Esta segunda-feira, saiu de Monte Real um avião C130 para o primeiro voo de projeção com 24 militares a bordo. Seguir-se-ão mais três voos de projeção, sendo que os F16 saem de Monte Real do dia 30.