“Podemos avançar com uma greve a nível europeu durante o verão de 2018“. Luciana Passo, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), admitiu esta terça-feira uma greve europeia, na sequência da reunião com vários sindicatos europeus de tripulantes de cabine da Ryanair, caso a transportadora não cumpra as reivindicações dos trabalhadores. “Haverá uma ação industrial chegando mesmo até à greve.”
Ainda assim, o sindicato não fechou a porta às negociações. “Não fecharemos nunca a porta à negociação“, afirmou Luciana Passo, ressalvando, contudo, que esta deve ser “transparente, leal e legal”. “Não pode ser com imposições absurdas e de quem vem dizer ‘nós damos trabalho, fazemos o que quisermos’. Portugal é um país soberano e os portugueses merecem o respeito que a Ryanair não está a dar.”
Recorde-se que os tripulantes de cabine da transportadora reivindicam a aplicação da legislação portuguesa, em particular no que toca à licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e a retirada de processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo abaixo das metas da empresa.
“Está nas mãos da Ryanair, que tem agora dois meses para decidir o que quer fazer e depois teremos o verão para continuar a falar entre nós e ver qual será a melhor ação a tomar porque os problemas são iguais e as ações terão de ser iguais. A decisão está nas mãos da Ryanair.”
Já em março o sindicato tinha admitido uma greve europeia. O encontro desta terça-feira, segundo a presidente da SNPVAC, juntou sindicatos italianos, espanhóis e holandeses.
Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil pondera avançar com greve europeia