O Bloco de Esquerda (BE) requereu esta terça-feira a audição urgente do ministro da Saúde na comissão parlamentar respetiva para obter esclarecimentos sobre as negociações com as várias profissões do setor e a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde. O requerimento do BE assinado pelo deputado Moisés Ferreira e dirigido ao presidente da Comissão Parlamentar de Saúde deu esta terça-feira entrada no parlamento, quando se inicia um período de três dias de greve convocado pelos sindicatos médicos.

“O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda requer a audição urgente do ministro da Saúde [Adalberto Campos Fernandes] sobre as negociações com as várias profissões da área da saúde e sobre a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde”, refere o texto. A greve dos médicos, de acordo com os bloquistas, sucede a outras que já existiram este ano na área da saúde, sendo “reivindicações mais do que justas dirigidas a um ministro da Saúde que tem prometido muito em palavras, mas concretizado pouco em atos”.

Os problemas dos profissionais de saúde como os médicos, os enfermeiros ou os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica juntam-se aquilo que o BE considera ser “um problema transversal” que é “a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde”. “O ministro da Saúde diz que não há recursos para fazer o investimento necessário nem recursos para garantir melhores condições para profissionais e para utentes, mas a verdade é que concordou e defendeu uma opção política que preferiu gastar 800 milhões de euros em 0,4 pontos percentuais do défice em vez de investir 800 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde”, criticam.

Os bloquistas querem assim “ouvir, com urgência, o ministro da Saúde na Comissão Parlamentar de Saúde, para que este governante venha explicar em que ponto estão as negociações em curso com médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e outros profissionais de saúde”.

“O ministro tem de explicar o porquê de nenhuma destas negociações estar a ser concluída e o porquê de não aceitar as propostas e reivindicações de melhoria das condições de trabalho no SNS. Tem ainda de explicar ao parlamento a razão pela qual não está a fazer o investimento necessário quando, materialmente, tinha recursos para fazer muito mais do que está a fazer”, pedem.

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