A polícia francesa abateu a tiro um homem que esfaqueou várias pessoas este sábado à noite perto do edifício da Ópera, em Paris. Segundo a polícia francesa, antes de ser abatido o atacante matou uma pessoa e feriu outras quatro com uma faca. O autoproclamado Estado Islâmico já reivindicou a autoria do ataque. Numa breve nota publicada na sua agência de notícias Al Amaq, citada pelo El Mundo, a organização terrorista afirma que o atacante é um “soldado” do Estado Islâmico e que atuou como retaliação pelas ações dos países que fazem parte da coligação internacional na Síria.

Fonte judicial adiantou à AFP que o atacante é um francês de origem russa, mais propriamente da Tchetchénia, onde nasceu em 1997. O canal France 2 identificou-o como Khamzat Azimov e acrescenta também que o jovem de 21 anos se naturalizou francês em 2010. Os pais foram detidos para interrogatório este domingo de manhã. Segundo fonte próxima da investigação deste ataque, citada pelo Le Monde, o atacante não tem antecedentes de problemas com a justiça mas ainda assim estava referenciado pelas autoridades como fiché S — ou seja, a designação atribuída àqueles que a polícia suspeita de poderem ser uma ameaça à segurança nacional.

A vítima mortal, um homem de 34 anos, chegou a ser identificado como tendo “nacionalidade luxemburguesa” pelas autoridades francesas, segundo um comunicado divulgado esta manhã pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, que esclareceu mais tarde que, “após verificação pelas autoridades luxemburguesas”, se trata afinal de um residente no país. O homem vivia no Grão Ducado, mas ainda não é conhecida a sua nacionalidade, disse à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo.

Entre os feridos, dois tiveram ferimentos graves (um homem de 34 anos e uma mulher de 54 anos) e dois ligeiros (uma mulher de 26 anos e um homem de 31 anos). Porém, como avançou o ministro do Interior, Gérard Collomb, os quatro estão fora de perigo. O homem, ferido com gravidade, “foi operado” mas “já não corre risco de vida”, segundo a mesma fonte.

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Já havia informações de testemunhas que, no momento do esfaqueamento, o atacante gritou “Allah Akbar” (“Alá é grande”) enquanto esfaqueava as vítimas. Numa fase inicial, a imprensa francesa avançou com um balanço de dois mortos (incluindo o atacante) e oito feridos, mas a polícia francesa confirmou que o atacante fez cinco vítimas: um morto, dois feridos graves e dois feridos ligeiros.

Através do Twitter, o ministro do Interior elogiou “o sangue frio e a capacidade de resposta das forças policiais que neutralizaram o agressor”. E acrescentou: “Os meus primeiros pensamentos estão com as vítimas deste ato hediondo“.

O ataque ocorreu perto da rua de St. Augustine, conhecida por ter muitos restaurantes.  Vários vídeos nas redes sociais mostram pessoas a fugir nas ruas do bairro.

O jornalista Remy Buisine fez um vídeo do aparato que existe no local.

O ataque ocorre numa altura em a França vive em permanente alerta terrorista, tendo o último ataque, em 23 de março em Carcassonne e em Trèbes (sul), elevado — segundo contas da agência Lusa — para 245 o número de vítimas mortas em atentados em solo francês desde 2015.