Maria Dolores Pradera tinha um longo percurso artístico, de quase 70 anos, e uma discografia de 40 discos, tendo ao longo da sua carreira obtido vários prémios e distinções, entre os quais um Grammy de excelência artística, pela sua carreira, com que foi galardoada em 2008.
O Prémio Nacional de Teatro, a Medalha de Ouro das Belas Artes, a Comenda da Ordem de Isabel, a católica, medalha da cidade de Madrid de Mérito Artístico e a Medalha de Ouro de Madrid de Mérito Artístico contam-se no palmarés de Maria Dolores Pradera.
A carreira da artista madrilena começou no cinema, em 1941, no filme “Porque te vi chorar”. Também atuou no teatro em peças como “A Celestina”, “Maria Pineda” ou “Fortunata e Jacinta”, mas foi como cantora que obteve sucesso internacional O seu primeiro disco foi gravado em novembro de 1960 e, na sua trajetória musical – grande parte da qual com Los Sabadeños, um grupo de música tradicional das ilhas Canárias nascido em 1965 — constam composições de Carlos Cano, Mercedes Sosa, Amâncio Prada ou da cantora e compositora peruana Chabuca Granda.
Entre as composições de Carlos Cano que interpretou conta-se “Maria la portuguesa”, que o compositor granadino compôs numa homenagem a Amália, que constituiu um êxito em Portugal e Espanha e que a fadista portuguesa também gravou. Da compositora peruana Chabuca Granda, Maria Dolores Pradera gravou “La flor de la canela”, um dos êxitos da sua carreira, tendo também interpretado e gravado temas da cantora argentina Mercedes Soza.
Entre os êxitos de Maria Dolores Pradera contam-se “Amarraditos”, “La flor de la canela”, “Que te vaya bonito” e “Cavalo preto azabache”, entre outros. Da discografia da cantora e atriz fazem parte discos como “A mis amigos” (1988), “As de cozanoes” (1999), que foi disco de platina, e “Canciones del alma” (2003). Em 2006, juntamente com Los Sabadeños, o seu grupo de sempre, gravou “Al cabo del tiempo”.
Maria Dolores Pradera atuou ainda, em duo, com cantores como Raphael, Sabina e Miguel Bose, tendo igualmente colaborado com Enrique Bunbury, Amaia Montero e Ana Torroja. A cantora era membro honorário do Foro Iberoamericano das Artes, instituição que a homenageou em 2011.
Maria Dolores Pradera esteve casada doze anos com o ator Fernando Fernán Gómez de quem teve dois filhos, Elena e Fernando.
Na discografia da cantora figura ainda um disco com canções portuguesas. Intitulado “Maria Dolores Pradera canta a Portugal”, o disco inclui temas como “Lisboa não sejas francesa”, “Mãe preta”, “Primavera” e “Foi Deus”, de autores como Alberto Janes, José Galhardo e Raul Ferrão, entre outros.