O Governo quer continuar a reduzir a quantidade de açúcar nas bebidas e está a trabalhar para diminuir em vários alimentos açúcar, sal e gorduras, nos próximos três anos, “de forma inovadora, faseada e original na Europa”.
A garantia, sem dar mais pormenores, é do gabinete do secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, numa declaração à Lusa a propósito do recuo da Organização Mundial de Saúde (OMS) no apelo que fizera para os governos aumentarem os impostos sobre as bebidas açucaradas.
Em 2016 a OMS apelou às nações para taxarem as bebidas refrigerantes e energéticas para combater a obesidade e a diabetes, estimando que um aumento de 20% no preço iria conter o consumo. Esta sexta-feira a organização recuou e disse que cada país tem de tomar a sua própria decisão.
OMS recua na recomendação de aumentar preço de bebidas açucaradas
Portugal propôs um imposto sobre os refrigerantes no Orçamento do Estado para 2017, uma medida criticada pela Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas, que a considerou sem objetivos de saúde pública, discriminatória e com impactos económicos negativos no setor.
Segundo o gabinete do secretário de Estado, a tributação de bebidas açucaradas representou em Portugal uma redução de consumo superior a 6.000 toneladas de açúcar, em 2017. “Tal representa um impacto forte no combate à epidemia de peso excessivo e obesidade, do qual uma em cada três crianças portuguesas sofre, e que nos coloca no “top 5″ a nível europeu, bem como na luta contra a diabetes, sendo Portugal o país europeu com maior prevalência” da doença, salienta também o Governo.
É por isso que, garante, a medida “teve um excelente resultado, superior ao expectável”, pelo que o Governo está a trabalhar com a indústria e a distribuição para avaliar o impacto da tributação “e a sua adequação a uma redução sustentada da quantidade de açúcar nas bebidas”. E está empenhado, diz ainda a secretaria de Estado, numa discussão mais alargada sobre um “conjunto variado de alimentos e um conjunto de objetivos, para a redução do açúcar, sal e gorduras, nos próximos três anos, de forma inovadora, faseada e original na Europa”.