A União Europeia vai começar a retaliar na sexta-feira contra as taxas aduaneiras aplicadas desde o início deste mês pela administração norte-americana sobre o aço e o alumínio. Para já, a Comissão Europeia visa produtos norte-americanos até um valor global de 2,8 mil milhões de euros, reservando para mais tarde a aplicação de tarifas sobre outros 3,6 mil milhões.

A decisão da Comissão Europeia, anunciada esta quarta-feira, surge na sequência das taxas aduaneiras que os Estados Unidos começaram a aplicar, a 31 de maio, sobre as importações de aço (25%) e de alumínio (10%) proveniente da União Europeia (bem como do Canadá e do México).

A lista de produtos norte-americanos que vão ter uma taxa adicional ao chegar às fronteiras da União Europeia também incluem aço e alumínio, produtos agrícolas como arroz, milho ou sumo de laranja, mas também “bourbon” ou calças de ganga, num total de 100 produtos.

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“Não queríamos estar nesta posição. No entanto, esta decisão unilateral e injustificada dos EUA de impôr taxas sobre o aço e o alumínio da UE significa que não nos deixaram escolha. As regras do comércio internacional, que desenvolvemos ao longo dos anos, lado a lado, com os nossos parceiros americanos, não podem ser violadas sem que haja uma reação do nosso lado. A nossa resposta é calculada, proporcional e completamente em linha com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Escusado será dizer que se os EUA retirarem as suas taxas, nós retiramos as nossas”, disse a Comissária Europeia para o Comércio, Cecilia Malmström.

A decisão da UE leva em conta o valor das exportações de alumínio e aço comunitários afetadas  pelas tarifas dos EUA. Segundo Bruxelas, esse valor ascende a 6,4 mil milhões de euros.

Desse valor, a UE vai retaliar imediatamente sobre produtos no valor de 2,8 mil milhões de euros. Os restantes 3,6 mil milhões (até perfazer o valor afetado pelas medidas aplicadas por Washington) serão recuperados posteriormente (no prazo de três anos ou no caso de haver uma resolução positiva para a queixa que Bruxelas apresentou na OMC.