O secretário-geral dos Transportes britânico, Chris Grayling, apresentou um projecto-lei que vai obrigar todos os edifícios novos a incluir pontos de carga para veículos eléctricos a bateria e de forma proporcional ao número de pessoas que nele habitam, ou trabalham. Os ingleses, como muitos outros, já concluíram que as redes públicas de fornecimento de energia vão ser sempre limitadas e caras, pelo que a solução passa por serem as empresas e as famílias a tratar do assunto.

É claro que só os postos de carga são uma ajuda, mas não resolvem o problema por completo, especialmente para os britânicos, que ainda dependem de forma exagerada do carvão para gerar a energia eléctrica de que necessitam. E, se já estão a construir novas centrais, algumas nucleares, necessitarão de muitas mais quando se virem finalmente obrigados a encerrar as que queimam carvão, de longe as mais poluentes, sendo obrigados a novos reforços de infra-estruturas caso o consumo de electricidade dispare devido aos carros eléctricos.

O futuro passará também por criar condições – financiamentos a custo zero ou altamente bonificados – para a instalação de baterias em casa, que possam ser recarregadas durante a noite, para depois alimentar a casa e até o carro eléctrico durante o dia. Ou fornecer energia eléctrica ao Estado, a um valor mais elevado do que aquela a que foi comprada à noite.

Grayling estima que “o plano implica um investimento de 400 milhões de libras, a dividir entre o Estado e as empresas privadas, que vai revolucionar a forma como hoje se encara a mobilidade, sobretudo a urbana”. Contudo, o governante não deixou de chamar a atenção aos fabricantes de veículos eléctricos para a necessidade de conceber modelos com maior autonomia, fundamental para que seja possível banir todos os veículos com motor a combustão a partir de 2040, como já foi anunciado.

Curiosamente, ao proferir estas afirmações, Grayling entrou em contradição com o ministro dos Transportes inglês, Richard Harrington, que afirmou há dias que os motores a gasolina e diesel poderão afinal continuar a circular pelas estradas do país depois de 2040.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR