O barómetro de julho do CIS, uma das mais reputadas sondagens políticas de Espanha, coloca o PSOE de Pedro Sánchez em primeiro lugar com 29,9% da previsão dos votos.
Esta é a primeira sondagem do CIS desde que as mais recentes, e muito significativas, cambalhotas que a política espanhola tem dado. A 2 de junho, Pedro Sánchez se tornou Presidente de Governo após ter derrubado o governo de Mariano Rajoy através de uma moção de censura. O então líder do Partido Popular viria, dias depois, a demitir-se da direção do partido, que no mês de julho elegeu Pablo Casado para substituí-lo.
A maioria dos inquiridos respondeu que a prestação do PSOE no governo tem sido “normal” (33,9%), seguindo-se de 17,7% que dizem ter sido “boa”; 17,5% que responderam “má”; 9,8% “muito má” e 1,4% “muito boa”. Outros 19,8% disseram não saber ou não responderam.
Sobre o papel do Partido Popular (PP) na oposição, a avaliação é mais negativa. 31,1% dizem que é “má”, seguidos de 23,1% que respondem “muito má” e 22,8% que respondem “normal”. Apenas 6,5% responderam “boa” ou “muito boa”
A cair do primeiro lugar nas sondagens anteriores para o segundo, está o PP, com 20,4%. O Ciudadanos obtém a mesma previsão de votos. Depois, a fechar o conjunto das quatro maiores forças políticas espanholas, está o Unidos Podemos (coligação que junta a Esquerda Unida e o Podemos) juntamente com os partidos de caráter regionalista da esfera do Podemos. Todos somados, têm 15,6%.
O anterior barómetro do CIS, publicado em maio, revela uma dinâmica que é muito diferente daquele que aquela que é agora projetada em agosto. Naquela altura, o CIS previa os piores números de sempre para o bipartidismo, ou seja, para a soma dos votos do PP (24%) com os do PSOE (22%). O Ciudadanos surgia então em segundo lugar com 22,4% e o Unidos Podemos em quarto, com 19,6%.
A sondagem, realizada num momento de lua-de-mel do PSOE ao mesmo tempo que o PP atravessa um período de reestruturação interna, confirma não só a subida dos socialistas em detrimento dos conservadores como também a queda do Unidos Podemos. É precisamente nesta coligação da esquerda populista que a queda, em termos absolutos e também relativos, é mais acentuada. Ao perder 4% das suas previsões de votos, o Unidos Podemos fica com menos 1/5 do seu eleitorado.
A perda do Partido Popular também não é de somenos. Descendo de 24% para 20,4% em apenas dois meses, perde cerca de 15% do seu eleitorado.