O Presidente colombiano, Nobel da Paz devido aos esforços para pôr fim à guerra civil no país, termina esta terça-feira um mandato de oito anos cuja maior conquista foi, na sua opinião, “a assinatura do acordo de paz com as FARC”.
“A Colômbia não se pode resignar a sofrer uma guerra sem fim, como se fôssemos um país condenado à violência”, declarou na segunda-feira Juan Manuel Santos, que entrega o poder a Ivan Duque, do partido Centro Democrático, que irá governar até 2022. No último discurso como chefe de Estado, Santos disse estar satisfeito com o “caminho percorrido em direção a uma Colômbia em paz, com maior equidade e melhor educação”.
No entanto, o artífice do diálogo que levou ao histórico acordo de paz com as antigas Forças Armadas e Revolucionárias da Colômbia (FARC), em 2016, lamentou os sucessivos homicídios de líderes sociais no país, afetado, ainda, “por tantas formas de violência”. “Nenhuma paz é perfeita, nem fácil de consolidar, muito menos no nosso país, afetado por tantas formas de violência. Os assassínios de líderes sociais são uma dor com a qual eu saio”, admitiu.
Para Santos, o país não se pode resignar a viver na guerra e tão pouco na pobreza. “Ainda temos uma maneira de erradicar completamente a pobreza, reduzir as diferenças inaceitáveis entre os mais ricos e os mais desfavorecidos, mas, nesse objetivo, orientei toda a capacidade do Governo”, concluiu.
Em outubro de 2016, o comité norueguês decidiu premiar o Presidente colombiano com o Nobel da Paz pelos seus “esforços para pôr fim aos mais de 50 anos de guerra civil no país”. O acordo veio pôr fim a mais de meio século de uma guerra que deixou mais de 220 mil mortos.
Há três meses, Santos anunciou que o país iria integrar a NATO como “parceiro global”, no final de maio, tornando-se no primeiro país da América Latina a fazer parte daquela organização. No mesmo mês, os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) também aprovaram a entrada da Colômbia, que se torna no 37.º membro da organização e termina assim um processo de adesão que começou há mais de sete anos.