Os procuradores da Arábia Saudita estão a pedir pena de morte para cinco ativistas, incluindo uma mulher, que corre o risco de ser a primeira ativista a ser executada naquele país. Israa al-Ghomgham, uma mulher xiita que foi presa juntamente com o marido em 2015, vai ser julgada a 28 de outubro num tribunal criado em 2008 para avaliar casos de terrorismo, o que está a revoltar o Observatório dos Direitos Humanos.

“Qualquer execução é chocante, mas pedir a pena de morte para ativistas como Israa al-Ghomgham, que nem sequer está acusada de comportamento violento, é hediondo”, disse Sarah Leah Whitson, diretora do Observatório dos Direitos Humanos para o Médio Oriente.

Além da mulher e do marido, outros três ativistas enfrentam processos por terem participado em protestos a favor da minoria xiita no país, entoado cânticos contra o regime e filmado manifestações que foram partilhadas nas redes sociais. Este caso pode prejudicar os esforços do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, de se auto promover como reformista.

Salman acabou recentemente com a lei que proibia as mulheres sauditas de conduzirem, além de ter proposto algumas reformas económicas e sociais no reinado. No entanto, o controlo feito pelas forças de segurança tem sido mais apertado e as autoridades já prenderam vários ativistas. Muitos deles estão há quase 100 dias na prisão sem qualquer representação legal.

“Se o príncipe herdeiro está a verdadeiramente interessado na reforma, devia garantir imediatamente que nenhum ativista é injustamente detido pelo trabalho feito na defesa dos direitos humanos”, disse Sarah Leah Whitson.

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