São pelo menos seis os quadros do Grupo Volkswagen que vão ser afastados desta vez – no seguimento de medidas similares no passado –, por presumivelmente estarem implicados no Dieselgate, a montagem de software malicioso destinado a adulterar as medições de consumo e de emissões poluentes em cerca de 11 milhões de veículos, o que já custou ao grupo germânico mais de 25 mil milhões de euros, entre multas, reparações e retomas de veículos.
De acordo com as informações avançadas pelos jornais Handelsblatt e Bild am Sonntag, entre este grupo de indivíduos, o mais conhecido e mais próximo do topo da estrutura do grupo alemão é Heinz-Jakob Neusser, o antigo responsável pelo desenvolvimento da Volkswagen. Segundo as notícias, os procuradores do estado da Baixa Saxónia apontaram as baterias da investigação a um grupo de 39 quadros da empresa, pelo que é de prever uma nova vaga de processos e consequentes despedimentos.
Herbert Diess, o actual CEO da Volkswagen, afirmou numa entrevista ao Handelsblatt que os actuais despedimentos se ficam a dever às informações a que o fabricante teve acesso, depois de alguns documentos dos investigadores terem sido tornados públicos, o que levou a marca a agir contra os suspeitos, grupo em que também se encontra Martin Winterkorn, CEO da Volkswagen em 2015, quando o escândalo foi descoberto, e que aproveitou a ocasião para abandonar a empresa, não antes de negociar uma reforma milionária, que não é evidente que vá conseguir manter.
Neusser, suspenso do seu cargo na Volkswagen igualmente em 2015, além de ter a justiça alemã à perna, é também visado pela americana, que gostaria de ouvi-lo num processo aberto em Janeiro de 2017 contra um grupo de quadros do conglomerado germânico, que a justiça americana considera responsáveis pelo Dieselgate.