“Não há três sem quatro”. Foi assim que Pedro Nuno Santos manifestou a sua confiança na aprovação do próximo Orçamento do Estado. O Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares acredita que PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV vão voltar a chegar a um entendimento em torno do diploma, como fizeram nos últimos três anos.
De passagem pela Festa do Avante!, falou à imprensa depois de almoçar no espaço de Aveiro, distrito de onde é natural, e reforçou a confiança na maioria parlamentar que sustenta o Governo. “Temos uma maioria que é de responsabilidade”, assegurou. Não quis entrar em detalhes sobre as conversações para o Orçamento de Estado – “desculpem, mas não vos vou dar nenhuma novidade” – mas revelou que “estão a correr bem”.
As declarações de Pedro Nuno Santos contrastam com as da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, que também este sábado dá uma entrevista ao Expresso em que fala de “alguma falta de empenho do Governo para que as negociações pudessem acontecer de forma antecipada” e critica o ministro das Finanças, Mário Centeno, que classifica como “uma força de bloqueio a mais avanços dentro do Governo”.
Embora tenha reconhecido que “ainda há muito trabalho para fazer”, Pedro Nuno Santos fez questão de aproveitar a passagem pela rentrée comunista para voltar a dar sinais de solidez da “geringonça”.
Já esta sexta-feira, no discurso de abertura da Festa do Avante!, Jerónimo de Sousa tinha, entre críticas veladas ao PS, feito algo semelhante. “Sempre que o Governo minoritário do PS se entendeu com a direita, e com a política de direita, perderam os trabalhadores, o povo e o país; mas sempre que convergiu com o PCP houve avanços, houve avanços, reposição e conquista de direitos”, afiançou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo renova confiança na “geringonça”: “PCP assume o compromisso”
Sobre essas declarações, o Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares preferiu não tecer qualquer comentário. “Até porque sabem qual é a minha opinião pessoal”, afirmou. No fundo, disse, sem dizer, que as suas preferências de entendimento mantêm-se à esquerda, como já referiu por diversas vezes desde o início da atual legislatura.
No fim, deixou uma mensagem de esperança. “No futuro espero que a cooperação entre estes partidos continue”, confessou.
Desde que este Governo tomou posse, Pedro Nuno Santos tem sido um habitué na Festa do Avante!. Este ano não foi exceção. Para o ano, se voltar à Quinta da Atalaia, também será caso para dizer que não houve três sem quatro.
