Os resultados eleitorais na Suécia continuam a deixar dúvidas de como se formará o futuro governo. Por um lado a temida ascensão do partido de extrema-direita, os Democratas da Suécia (SD) que reclamam políticas anti-imigração, ficou aquém das sondagens realizadas no último verão, ficando com uma terceira posição no parlamento. Por outro lado, a coligação à esquerda praticamente empatou com a aliança dos partidos de direita e desconhece-se para já em que condições vão formar governo — sendo que nenhum destes grupos governamentais pretende coligar-se com o SD.

O resultado eleitoral, com 99% dos distritos escrutinados nas eleições na Suécia, foi conhecido já depois da 00h00 de segunda-feira e mostrava o bloco da esquerda e o da direita conservadora praticamente empatados. A esquerda tinha naquele momento 144 assentos e a direita 143. Os Democratas da Suécia, partido da extrema-direita, elegem 62 deputados, convertendo-se na terceira força política, atrás dos Sociais-Democratas e dos Moderados.

As primeiras projeções não divergem muito das sondagens feitas à boca da urna uma hora antes de encerrarem as votações, e que mostravam que a extrema-direita ficaria em terceiro lugar nos resultados eleitorais.

Veja aqui os resultados que já se conhecem, com 99% dos distritos suecos escrutinados e com o bloco governamental de esquerda a conseguir 144 lugares no parlamento, a Aliança à direita 143 e os Democratas da Suécia a conseguirem, para já, 62 lugares:

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  • Sociais Democratas: 28.4%
  • Moderados: 19.8%
  • Democratas da Suécia: 17.6%
  • Partido do Centro: 8.6%
  • Partido da Esquerda: 7.9%
  • Democratas Cristãos: 6.4%
  • Partido Liberal: 5.5%
  • Partido dos Verdes: 4.3%

O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, o homem que levou os Sociais-Democratas ao seu pior resultado em mais de um século, já reagiu — num discurso na sede de campanha — aos resultados da noite. Para Löfven, nada ficará decidido esta noite, mas admitiu que a noite eleitoral ditou a morte da política de blocos (habitual na Suécia). Qualquer bloco que queira formar governo, acrescentou, terá de fazer coligações com formações do outro lado do espectro político.

Sobre a extrema-direita, Löfven foi claro: “Os Democratas da Suécia nunca conseguirão, e nunca vão, oferecer algo que possa ajudar a sociedade. Só vão aumentar a divisão e o ódio”. Todos os partidos, acrescentou, têm agora uma “responsabilidade moral” de formar governo.

“Vamos ganhar grande influência”

O líder do partido de extrema-direita, o partido que mais subiu nestas eleições depois de um debate contra a imigração em plena campanha eleitoral, também já reagiu. Segundo a Reuters, Jimmie Akesson, disse estar preparado para cooperar com os outros partidos depois da eleições e que as suas ideias nacionalistas e anti-imigração vão, de facto, ter alguma influência no futuro da Suécia. Akesson desafiou, ainda, o líder dos Moderados a fazer uma escolha: ou procura apoio no seu partido, ou no dos Sociais-Democratas.

 “Aumentamos o número de deputados no parlamento e vamos ganhar uma grande influência no que acontecer na Suécia nas próximas semanas, meses e anos”, disse aos seus apoiantes.

A população sueca é de 10 milhões de habitantes e foram 7,5 milhões os eleitores inscritos para escolher um total de 6.300 cargos em todo o país (349 deputados para o parlamento e vários cargos autárquicos e municipais).

Suécia realiza eleições e extrema-direita poderá tornar-se a segunda força do país