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José Eduardo Martins sai da AML e atira ao PSD

Este artigo tem mais de 5 anos

Social-democrata suspendeu cargo em outubro e agora renuncia revoltado com PSD. Teresa Leal Coelho diz que José Eduardo Martins “devia estar no lugar de Newton” e é “excelente” futuro candidato à CML.

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LUSA

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Desde outubro que José Eduardo Martins tinha suspendido o mandato na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), agora renuncia mesmo ao mandato e com críticas ao partido de que faz parte. “O PSD não quis fazer uma opção de corte com determinado tipo de práticas e demonstrou preferir ser complacente com alguns protagonistas que estão mais interessados em criar e manter redes de poder interno do que em servir um projeto coletivo ao serviço do bem comum”, acusou num post no facebook.

José Eduardo Martins foi, nas autárquicas de há um ano, o cabeça de lista do partido para a AML, uma altura em que o próprio diz que “tantos se mostraram indisponíveis”.  Crítico da liderança de Passos Coelho, então presidente do partido, aceitou estar em campanha ao lado de Teresa Leal Coelho. Depois da eleição, José Eduardo Martins entendia ser ele o legítimo líder da bancada do partido na AML, mas acabou por aparecer uma lista concorrente liderada por Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia na Estrela, que venceu a votação. Entretanto, Newton foi visado na Operação Tutti Fruti (sobre suspeitas de financiamento partidário ilícito no PSD) e manteve-se no cargo na AML. Uma situação que José Eduardo Martins condena.

No post que escreveu no facebook a dar conta da sua decisão, o social-democrata não se refere diretamente ao caso Newton, embora se refira a “factos públicos conhecidos” que considera terem “atingindo profundamente a imagem e a credibilidade do PSD em Lisboa. A política de aparelho e das trocas de influências, dos casos, não me interessa. Nem tão pouco interessa aos lisboetas”, afirma.

A decisão de José Eduardo Martins já foi comentada, no Twitter, pela vereadora do PSD em Lisboa Teresa Leal Coelho que o coloca como “um homem que é indispensável ao presente e ao futuro do PSD, de Lisboa e de Portugal”. Ao Observador, a vereadora do PSD em Lisboa acrescenta que quando, há um ano, escolheu o social-democrata para cabeça de lista à CML, foi por ele “era a pessoa com que contava para ser o presidente, ou em caso de não ganhar as eleições, liderar a bancada do PSD na AML”. “Houve um volte face nisto, por isso percebo a posição dele e as críticas que faz”. Ainda assim, Leal Coelho não comenta diretamente a situação de Luís Newton, diz apenas que é José Eduardo Martins que “devia estar naquele lugar”.

Teresa Leal Coelho diz que “embora seja ainda prematuro”, considera José Eduardo Martins uma “excelente figura” para se candidatar pelo PSD à CML no futuro. “Pode contar com o meu apoio. É um homem que não depende da política e não se serve da política”.

No post que publicou no Facebook e em que anunciou que decidiu renunciar ao mandato, José Eduardo Martins explica que o faz por considerar que está em causa “a preservação de uma reserva de honra, de prestígio e de liberdade para o futuro da cidade de Lisboa e do PSD”.

Como os caciques do PSD estão a ser investigados na Operação Tutti Frutti

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