Em comunicado dirigido à imprensa, a Suzuki faz saber que vai deixar de ter representação própria na China, transferindo a sua operação naquele que é o maior mercado automóvel mundial para a empresa local Chongqing Changan Automobile, que assim assegurará a produção de alguns modelos ao abrigo da licença negociada.

Esta não é a primeira vez que o construtor nipónico opta por ficar de fora de importantes mercados. Há seis anos, a Suzuki decidiu retirar-se dos Estados Unidos da América, país a que ainda não regressou. Antes disso, em 2003, o fabricante de Hamamatsu deixou o Brasil, mercado a que só voltou cinco anos mais tarde e onde agora a sua representação está a cargo do grupo HPE.

Na origem da decisão agora anunciada está a inadaptação da gama ao mercado chinês, pois o portefólio da Suzuki compõe-se essencialmente de compactos, modelos que estão longe de colher a preferência dos consumidores locais, com a procura a recair maioritariamente em automóveis de grande porte. Propostas como o Ignis ou o Swift não fazem qualquer sentido por aquelas bandas, quando o próprio Vitara – que é o maior modelo comercializado pela marca na China – fica aquém de ser “grande”, face às alternativas oferecidas pela concorrência.

Para se ter uma ideia, recuando 15 anos, 35% das vendas realizadas em solo chinês diziam respeito a pequenos veículos. O problema é que essa “fatia” caiu para 6,7% em 2017. Face ao desajustamento da sua gama perante a tendência da procura, a Suzuki prefere deixar para trás 25 anos de presença directa no mercado chinês, para se concentrar na Índia, país onde é líder de vendas.

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