Os iPhone Xs são melhores do que o X mas, para quem tem a edição de 2017, não compensa a atualização. E para quem não a fez? São muito bons, mas não deixam de ser muito caros. Preço à parte, estamos a falar dos iPhone mais potentes alguma vez produzidos e dos smartphones mais interessantes que nos passaram pelas mãos.
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iPhone Xs
A favor
- Qualidade de imagem
- Qualidade das câmaras
- Gestos
- Design
Contra
- Preço
- Já vimos melhor na bateria
iPhone Xs Max
A favor
- Qualidade de imagem
- Processamento
- Gestos
Contra
- Preço
- Já vimos melhor na bateria
- Falta modo eficiente para utilizar com uma mão
Testámos tanto o iPhone Xs, de 5,8 polegadas, como o Xs Max, com 6,5 polegadas. Entre os modelos, o que muda é o tamanho (e o facto de o Max ter um pouco mais de bateria) e foi por isso que juntámos os dois na mesma análise. Não têm entradas para auriculares tradicionais, para cartões micro-sd nem um design diferente do modelo anterior. Na redação, a pergunta foi sempre a mesma: estão a testar o iPhone do ano passado?
O que há então de novo? Ecrãs Super Retina que justificam o canto a canto, um ‘entalhe’ no topo do smartphone, até 512GB de memória interna — experimentámos o modelo de 256GB, porque o de 64GB, afirmamos já, tem pouca memória para o longo prazo — e um processador A12 Bionic que mostrou o iOS mais rápido até à data. Os dois são a prova de que 2018 é um “ano S”, e só em 2019 é que a Apple deve voltar a querer inovar verdadeiramente. Para já, com estes modelos, a empresa olhou para onde podia melhorar nas características do iPhone X e fê-lo em dois tamanhos. Max é como se diz Plus agora.
Sim, é o iPhone mais resistente. Mas continua a pedir capas e capinhas
Uma das primeiras coisas que fizemos quando recebemos os novos iPhone foi pô-los debaixo de água. A melhoria na resistência de IP67, no X, para o IP68 nestes modelos pediu isso (o 6 é resistência a poeiras, o mais elevado, e o número a seguir designa a resistência à água). Com outros líquidos ou com água com cloro os resultados podem mudar, mas podemos afirmar que estes iPhone são mais resistentes do que os anteriores. Contudo — e pelo preço que têm –, utilizá-los sem uma capa de proteção e película para o ecrã não é recomendável. Bastou uma semana de utilização para vermos no visor pequenos riscos de uso nos dois modelos, e não andámos a raspá-los em pedras.
Já nos cantos laterais, principalmente no Max em que testámos um modelo dourado, as dedadas facilmente mancharam o aço inoxidável. Noutros equipamentos bem mais baratos, apesar de os pequenos riscos serem a norma quando não se utiliza uma película protetora, já vimos melhor.
A prova de que o que conta não é o tamanho, mas a gestão da bateria
A Huawei pode ter distribuído baterias portáteis a quem esperava na fila para comprar estes novos iPhone, mas — provavelmente — é porque ainda não os tinha experimentado. Sim, o Huawei P20 Pro, com quatro mil milíampéres de bateria continua a ser um topo de gama com mais capacidade, mas estes iPhone Xs Max e Xs, com 3174 miliampéres e 2658 miliampéres de tamanho de bateria mostram que a correlação desta medida de capacidade de bateria não é direta e o que importa mesmo é como o sistema faz a gestão.
Huawei distribui “power banks” a quem estava na fila para comprar iPhones. “Vão precisar disto”
Apesar de a bateria do Xs Max ter conseguido durar um dia e meio com uma utilização normal, quando o utilizámos de forma intensiva — GPS, dados ligados, chamadas, receber mensagens, escrita em notas, gravação de vídeos e fotografias –, conseguiu durar cerca de nove horas seguidas, até chegar aos 20% de bateria. Já o Xs não ficou muito longe disso. Chegou aos 20% após 6,5 horas do mesmo tipo de utilização. O iPhone X já tinha surpreendido quanto à bateria (e, nos nossos testes, esteve muito perto dos resultados do Xs), mas agora, com estes modelos, confirma-se que a Apple já não obriga os utilizadores a andarem tão preocupados em andar com um carregador atrás.
Quanto a defeitos da bateria, apesar de estes modelos suportarem carregamento rápido e também sem fios, para tê-lo é preciso comprar acessórios à parte. Afinal, estes iPhone não deixaram de ser Apple.
O Max é grande e tem um pouco mais de bateria, mas gostámos mais do Xs
Enquanto noutros modelos da concorrência, como os Galaxy S9 e S9 Plus, os modelos maiores costumam ser mais potentes, aqui não é o caso. No fim, acaba por ser apenas uma questão de tamanho e, com um ecrã de canto a canto de 5,8 polegadas, o Xs já preenche as medidas da maioria dos utilizadores. Este modelo mais pequeno é igual em design ao X tirando a disposição das colunas no topo inferior, mas é um pormenor que escapa facilmente ao olhar. Ao utilizarmos os dois podemos afirmar que o iPhone mais prático para o dia a dia é o de 5,8 polegadas, que já é um tamanho de ecrã bem generoso para qualquer smartphone.
Os ecrã OLED Super Retina nos dois modelos fazem a Apple continuar a conseguir ter os ecrãs do mercado com a melhor qualidade de imagem. Em comparação direta com o Samsung Note 9, apesar de ter um ecrã AMOLED, as imagens são um pouco mais vívidas nos iPhone. Quanto às colunas de som dos smartphones, nestes modelos continuam a manter a qualidade que o X já tinha, que é das melhores.
Mas era mesmo preciso um iPhone tão grande?
Num smartphone grande como o Note 9, que tem 6,4 polegadas e é um pouco mais comprido do que o iPhone Xs Max, não encontrámos grande problema em tentar utilizá-lo com uma mão. Contudo, como se vê no GIF, o Xs Max é grande o suficiente para criar problemas, mesmo com opções para baixar o ecrã. É um equipamento ótimo para ver séries ou mostrar fotografias a amigos, mas para a utilização normal, a Apple devia ter opções de pôr o ecrã mais pequeno ou no canto direito ou no canto esquerdo, como o Note 9 o faz. Apesar de o smartphone manter o mesmo tamanho que os modelos Plus já tinham e de só aumentar o ecrã, a opção de 6,5 polegadas é só para quem quer mesmo um “phablet” — ou mini iPad — da Apple.
Até dá para fotografar o ‘bokeh’
Uma das principais novidades nestes modelos são as câmaras fotográficas. A opção de, em modo retrato, poder controlar o ‘bokeh’ [ruído de fundo nas imagens] é deslumbrante, mas não faz milagres. Mesmo com a opção de desfocar todo o fundo de uma fotografia neste modo, nem sempre as imagens ficaram desfocadas a 100%. Mesmo assim, nenhum outro telemóvel que já nos passaram por aqui conseguiu resultados de fotografias tão boas (e simples de tirar e editar) como estes iPhone.
Este modo até criou um “beautygate”, que levou utilizador a afirmar que no modo retrato a Apple inseriu um filtro que reduz as imperfeições na face dos utilizadores. Do que testámos, em relação ao iPhone X, as fotografias são menos nítidas nos pormenores em feições faciais, mas não o suficiente para se poder afirmar que a Apple está a utilizar um filtro.
Smart HDR? É só mais uma forma de a Apple dizer que os iPhone tiram boas fotografias
Os iPhone continuam a tirar fotografias muito boas e até têm Smart HDR. O que é? Tiram várias fotografias numa só para a imagem final ter os melhores resultados. Justifica o preço? Provavelmente não. Em comparação com outros topo de gama, tanto na câmara frontal, como nas traseiras, os resultados vão cativar qualquer fã de fotografia. Contudo, há defeitos. Já vimos melhores resultados noutros equipamento a tirar fotografias em ambientes escuros — leia-se, P20 Pro — e, a filmar, a estabilização da câmara não é a melhor.
O ‘entalhe’, ‘notch’ ou ‘saliência no topo do ecrã’
Primeiro estranhou-se e, depois, passou a ser norma. A saliência no topo do ecrã dos iPhone topo de gama já é comum na maioria dos novos modelos de smartphones. Mesmo a ver filmes em ecrã completo, o entalhe acaba por passar despercebido. Contudo, como se vê no Gif, algumas aplicações não estão ainda otimizadas para esta saliência nestes modelos. Nos testes que fizemos com modelos Android que também têm um entalhe houve menos conflito com o sistema operativo a utilizar as apps não otimizadas. Mas continua a ser uma distinção interessante nestes smartphones.
O sistema operativo mais rápido e com muitos gestos
Entalhes de parte, o iOS 12 nos iPhone Xs, que não têm um botão físico de menu, mostra o melhor do sistema operativo. Os gestos são fluidos e mostram o que é o futuro da interação com smartphones. Ao contrário dos outros modelos de iPhone com botão de menu, para vermos o centro de controlo e as notificações recebidas, os dois gestos têm de ser feitos no topo do ecrã à esquerda e à direita. No Xs normal é fácil fazê-lo com uma mão, já no Xs Max obrigou sempre a utilizar as duas mãos devido ao tamanho do smartphone. No fim, carrega-se só nos botões laterais para o volume e para bloquear, e navegar no menu faz lembrar o filme Relatório Minoritário.
Reconhece a cara, mas a impressão digital continua a fazer falta
Em 2017, criticámos o reconhecimento facial do iPhone X. Agora, tanto no Xs como no Xs Max, esta funcionalidade é mais fiável para desbloquear o smartphone. Funcionou de maneira rápida, percebeu se estávamos de óculos ou não e não desbloqueou se estávamos com os olhos fechados. Contudo, mesmo estando melhor, continuamos a sentir falta de um sensor de impressão digital para desbloquear estes equipamentos. Em ambientes muito escuros ou quando se tira do bolso, o sensor de impressão digital é uma funcionalidade que outros smartphones têm e continua a ser a mais prática para desbloquear o telemóvel.
Dual-sim? Dual-sim, não é bem assim
Já tínhamos explicado no lançamento destes novos modelos que a função para dois cartões de operadoras telefónicas nos iPhone não ia estar disponível em Portugal. A culpa é da tecnologia utilizada pela Apple para o segundo cartão, o eSIM. Esta funcionalidade permite não ter de adicionar outro cartão físico para se utilizar um segundo número, mas como é uma tecnologia ainda relativamente nova. Uma coisa tão simples como ir a um país e querer um segundo cartão de um mês para poupar as absurdas taxas de roaming, acaba por não ser simples. Não se pode, assim, afirmar que estes smartphones são Dual-Sim e, neste campo, a concorrência continua a ganhar à Apple.
Veredicto final: São os melhores iPhone, mas continuam a ser mesmo muito caros
Apesar de, no final das contas, preferirmos o iPhone Xs em relação ao Xs Max devido ao tamanho, são smartphones muito semelhantes entre si. Os dois são uma boa evolução do iPhone X pensada para quem não fez a atualização para os ecrãs sem botão de menu. Contudo, o preço de entrada de 1189 euros para o Xs de 64GB continua a fazer olhar bastante para a concorrência que utiliza o sistema Android. Pequenas coisas como não ter entrada para cartão micro-sd, não ter incluído o carregador fast-charger e já nem vir com adaptador para headphones tradicionais, fizeram mais considerar se, no final, estes iPhone não mereciam três estrelas em vez de quatro, e não cinco em vez de quatro.
Contudo, o Xs e Xs Max não deixam de ser os dois melhores iPhone. Há críticas que já são constantes à Apple, mas se não se olhar para o preço — sim, é difícil não o fazer — não se fica só com animojis bonitos. Há um sistema operativo fluido, melhorias em relação ao X que fazem perceber que há sempre espaço para evoluir e dois smartphones com um design que continua a distinguir-se da concorrência.