Marcelo Rebelo de Sousa parou para conversar com Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, à saída da Praça do Município em Lisboa, durante as comemoração do 108.º aniversário da Implantação da República. O Presidente da República já caminhava em direção ao carro que o levaria ao navio “Sagres” quando voltou para trás e parou junto à manifestação que os professores faziam na praça.

“O Governo está a tratar mal, a desrespeitar e a desconsiderar os professores. Mas nós temos confiança que o Presidente da República consiga ter a posição de que, primeiro, ele é ilegal e, segundo, que os professores têm de ser respeitados”, apelou Mário Nogueira. Marcelo acenou que sim e adiou respostas para uma audiência: “É só uma questão de marcar”, respondeu.

13 anos, 4 ministros e um rol de reivindicações que não acaba. A pressão dos professores compensa?

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A Federação Nacional dos Professores, um sindicato que representa os professores portugueses, tinha marcado uma manifestação na Praça do Município onde o Governo e o Presidente da República celebravam o dia da Implantação da República. Quase não havia populares à porta dos Paços do Concelho: do outro lado das grades cobertas por panos negros com o símbolo da Câmara Municipal de Lisboa, praticamente só havia docentes. Gritavam: “Não é para apagar, o tempo é para contar”. E empunhavam cartazes onde diziam que “a República respeita os professores, o Governo não”.

À saída dos Paços do Concelho, onde foi decretada a República na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, os professores por lá reunidos apelaram a Marcelo Rebelo de Sousa que se recordasse que também ele já deu aulas: pediram que vetasse o decreto-lei “na qualidade também de professor”, mas acima de tudo”por ser uma pessoa justa e que tem de zelar pelos princípios de justiça deste país”. Depois fizeram saber ao Presidente que estavam à espera de uma data para um encontro prometido por ele com os docentes portugueses.

A conversa entre Marcelo Rebelo de Sousa e Mário Nogueira aconteceu ao fim de quatro dias de greve divididos por regiões e no dia em que está marcada uma manifestação nacional em Lisboa. Os professores querem a recuperação total do tempo de serviço durante o qual as carreiras estiveram congeladas, o que aconteceu durante 9 anos, 4 meses e 2 dias. O sindicato propôs ao Ministério da Educação que essa recuperação fosse feita de forma faseada até 2023, mas a contrapartida do Governo é que os professores recuperem apenas 2 anos, 9 meses e 18 dias.

O que separa professores e Governo? Sete anos e um ‘o’