Jamal Khashoggi entrou a 2 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia. Ia pedir um comprovativo de que estava divorciado, a noiva ficou a esperar pelo habitual cronista do Washington Post. Segundo a própria, não voltou a sair. Segundo as autoridades do consulado saudita, saiu. 15 agentes secretos sauditas foram vistos a entrar e sair do edifício diplomático e pode haver uma gravação em que se ouve que foi torturado e desmembrado. O Apple Watch que o jornalista usava no pulso pode ser a chave para o mistério.

Jamal Khashoggi, o jornalista que desapareceu sem deixar rasto: “O príncipe saudita quer pessoas como eu fora do seu caminho”

O smartwatch da Apple regista dados como batimentos cardíacos e a localização. Os modelos mais avançados, lançados a setembro deste ano, chegam a fazer eletrocardiogramas. Todas estas informações, se o dispositivo estiver ligado a um iPhone, são guardadas no telemóvel. Antes de entrar no consulado, como avança a ABC, Khashoggi levava o relógio inteligente e deixou o smartphone fora que pode ter registado estes dados vitais para a investigação.

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Segundo um responsável turco da investigação, os dois dispositivos estão na chave para se descobrir não só se Khashoggi saiu do consulado, como a hora a que pode ter morrido. O jornalista, tendo deixado o iPhone fora do edifício, manteve o relógio conectado. Se for um dos modelos mais recentes, os dados de batimentos cardíacos mais pormenorizados podem ser utilizados como prova de que foi torturado.

Há gravações que mostram que jornalista saudita foi torturado e desmembrado no consulado em Istambul

Contudo, com smartwatch ou não, o Washington Post afirma que as autoridades turcas têm gravações em que se ouve tudo o que foi feito a Jamal Khashoggi, e ainda não se sabe o que os 15 homens que apareceram em carros com matrículas diplomáticas foram fazer ao consulado no período em que o jornalista saudita desapareceu. O governo saudita, de que Khashoggi era um destacado opositor, nega qualquer relação com o caso.

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