Luigi Di Maio, vice primeiro-ministro italiano e dirigente do partido Movimento Cinco Estrelas, já reagiu ao chumbo da Comissão Europeia ao Orçamento do Estado italiano para o próximo ano. “É o primeiro que não agrada à União Europeia. Não surpreende: é o primeiro que é escrito em Roma e não em Bruxelas”.
Com os danos que já provocaram, certamente que não poderíamos continuar com as suas políticas. Vamos continuar a dizer à Comissão Europeia o que queremos com respeito. Mas a Comissão tem de mostrar o mesmo respeito pelo povo italiano e pelo governo que o representa hoje”, apontou Di Maio.
Na primeira declaração (publicada na rede social Facebook) sobre o chumbo do Orçamento do seu governo por Bruxelas, algo inédito na história da Comissão Europeia até hoje, Luigi Di Maio afirmou ainda que o governo vai “continuar a trabalhar para benefício dos cidadãos”. A mensagem foi concluída com três emojis: um braço levantado em sinal de força, um rosto sorridente e uma bandeira italiana.
https://www.facebook.com/LuigiDiMaio/posts/1950064895030047
Antes, o primeiro-ministro italiano Guiseppe Conte já tinha avisado que o seu governo não tem um “plano B” orçamental que substitua a versão chumbada por Bruxelas. “Disse o que o défice de 2.4% do PIB é o limite. Posso dizer que será o nosso teto” afirmou, indicando assim não estar disposto a grandes diminuições na despesa público ou grandes aumentos de impostos que permitam um défice mais baixo do que o estimado nesta proposta orçamental.
Conte afirmou estar disposto a “operar uma revisão dos gastos, se necessário”, mas avisou que será sempre curta. O seu modelo de saneamento das contas públicas passa pelo “crescimento económico” e por “tirar-nos da armadilha da dívida”. Recorde-se que a dívida pública italiana, em 2017, superou os 130% do PIB (foi de 131.8%).
Chumbo inédito. Comissão Europeia recusa orçamento de Itália, que “não tem plano B”