A moeda angolana voltou a depreciar-se na sexta-feira face à europeia, ultrapassando novamente a barreira dos 350 kwanzas, situando-se num novo máximo de 350,106 kwanzas/euro, perdendo também frente ao dólar, indica hoje uma nota do Banco Nacional de Angola /BNA).
Depois de uma inédita valorização face ao euro na sessão de quarta-feira, o kwanza voltou a depreciar-se na 60.ª sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, em que disponibilizou e colocou na totalidade 30 milhões de euros, divididos por 13 instituições financeiras locais.
Frente à moeda europeia, o kwanza já depreciou desde janeiro deste ano, quando se transacionava a 185,4 kwanzas/euro, 47,04%.
Em relação à moeda norte-americana, a depreciação desde janeiro, quando se trocava 165,92 kwanzas/dólar, já atingiu 45,98%, depois de, sexta-feira, ter-se registado nova quebra, situando-se agora 307,187 kwanzas/dólar.
No início deste mês, o BNA anunciou que, em outubro, vai colocar no mercado primário 650 milhões de dólares (552,5 MEuro) em divisas distribuídas por 14 sessões, tendo, desde dia 01, disponibilizado 660 MEuro, colocando no mercado primário 527,067 MEuro (79,85%).
Segundo o banco central angolano, o montante é colocado por via de leilões de preços, na venda de divisas, e da quantidade, no caso dos “plafonds” para cartas de crédito.
Após a 12.ª e antepenúltima sessão de outubro, as restantes duas vão ocorrer nos dias 29 e 31.
Em setembro, o BNA anunciou que, a partir de 01 deste mês, deixaria de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.
Na ocasião, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.
Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.
Com esse sistema, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.
O BNA entende agora que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente mais bem regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.
No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.