A Câmara da Figueira da Foz atualizou esta quarta-feira a estimativa de prejuízos decorrentes da tempestade Leslie para os 38 milhões de euros, com mais de mil casas afetadas e problemas em 120 edifícios públicos. Os valores anunciados cinco dias após a tempestade apontavam para 32 milhões de euros.

Intervindo esta quarta-feira na reunião do executivo, na sequência de várias críticas da oposição PSD à atuação da Câmara Municipal na sequência da tempestade Leslie, o vice-presidente Carlos Monteiro (PS) situou em 38 milhões de euros os prejuízos acumulados neste concelho do litoral do distrito de Coimbra, o mais afetado pela tempestade de 13 de outubro.

“Os senhores não têm a noção do que aconteceu. Temos mais de mil casas com problemas, mais de cem coletividades com problemas e todos os edifícios municipais. São 38 milhões de danos avaliados até esta quarta-feira, para se reparar é preciso tempo”, afirmou o autarca socialista.

Já a vereadora Ana Carvalho precisou que foram afetados 120 edifícios públicos e que a autarquia teve de definir “prioridades” de intervenção, nos dias seguintes à tempestade: “As prioridades foram o hospital, depois as estradas, as escolas. Mas isto tudo [os prejuízos decorrentes do temporal] não se resolve numa semana, vai demorar muito tempo a resolver”, avisou.

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Ana Carvalho indicou ainda que foram afetados 81 equipamentos e edifícios de juntas de freguesia, 18 equipamentos religiosos, 45 instituições particulares de solidariedade social, 38 associações culturais e dez desportivas, existindo ainda “milhares de viaturas” que não foram contabilizadas nos prejuízos no município.

Acrescentou que a autarquia visitou 900 casas afetadas pela intempérie, “fora aquelas em que os particulares resolveram os seus problemas”, e, nessas, avaliou “60 situações muito urgentes de carência económica”. “Destas 900, 30 terão de ser intervencionadas por nós”, frisou Ana Carvalho.

Antes, o presidente da autarquia, João Ataíde, tinha estimado em 3,4 milhões de euros os danos em infraestruturas municipais, mas também em equipamentos público não municipais (como o hospital distrital, escolas e postos da GNR, entre outros), alegando ainda existir um “grave problema” com as associações e equipamentos recreativos e desportivos.

“Pela primeira vez, o Conselho de Ministros contempla um apoio a estas associações, mas sem dotação orçamental. O que está previsto é que façam candidaturas aos fundos de apoio e poderão ser apoiados até ao máximo de 100 mil euros, com comparticipação máxima de 70%”, explicou o presidente da Câmara.