A GuestReady, uma startup internacional de gestão de unidades de alojamento local em plataformas online, acabou de entrar no mercado português, em Lisboa e no Porto. Trata-se de um serviço de gestão de serviços dedicado sobretudo aos proprietários, que promete ajudá-los com a logística dos imóveis, na colocação do anúncio em várias plataformas, no contacto personalizado com o cliente, entre outros serviços.
Alexander Limpert, presidente executivo e cofundador da startup, explicou que houve dois motivos que o levaram a escolher Portugal como próxima paragem: “Um dos fatores foi o mercado para alojamento local no país. Analisamos entre 10 a 20 fatores como os sinais de mercado, o número de alojamentos locais, o número de turistas que visitam a cidade, os custos para a limpeza, entre outros, e percebemos que Porto e Lisboa são cidades bastante atrativas”. O segundo fator, acrescentou o empreendedor, passou pela sua “ligação pessoal a Portugal“. “Já estive em Portugal cerca de dez vezes e cada vez que vou passo um bom bocado”, referiu ao Observador.
O serviço da GuestReady pode ser explicado em três passos: um proprietário que queira colocar a sua casa ou apartamento para arrendamento entra em contacto com a empresa. Nesta fase, a GuestReady vai querer “saber tudo sobre a casa” e ajuda o proprietário com várias ferramentas: conselhos sobre design, logística, estimativas de valores, ferramentas tecnológicas a que pode recorrer para a casa e até alguns conselhos legais. De seguida, é feita a preparação do anúncio para várias plataformas de alojamento, como a Airbnb, o Booking.com ou a HomeAway. Esta preparação envolve a captação de fotografias profissionais, a gravação de vídeos para colocar no anúncio e a otimização dos preços.
Por fim, e depois de o anúncio estar online, a GuestReady não fica por aqui e pode incluir um serviço personalizado de atendimento dos hóspedes — além de uma seleção criteriosa dos mesmos –, ao tratar da comunicação, da limpeza do espaço, da entrega segura das chaves, do check-in e também ao assegurar que tudo está preparado para receber os clientes e que a sua estadia será sempre acompanhada.
A ideia de um projeto como a GuestReady, explicou Alexander Limpert, passou por uma necessidade que o próprio empreendedor começou por sentir. “Tinha um imóvel a arrendar no Airbnb e às vezes estava tão ocupado a viajar para longe da casa que precisava de alguém para me ajudar com serviços como a entrega das chaves e a limpeza”, conta ao Observador, acrescentando que também teve em conta que “as expectativas dos clientes estão a aumentar cada vez mais” e, por isso, é cada vez mais necessário oferecer um serviço com qualidade. Nasceu assim, em 2016, a GuestReady, que já opera em países como Reino Unido, França, Hong Kong, Dubai e Malásia e contou com um investimento inicial de 3,7 milhões de dólares (cerca de 3,3 milhões de euros).
Há uns anos, o Airbnb era apenas um colchão de ar no chão, mas agora todos querem a qualidade de hotel, alguém para os receber, para lhes falar na cidade”, referiu Alexander Limpert ao Observador.
Em Portugal, e no início da expansão, a empresa vai contar com uma equipa de dez pessoas — oito são portuguesas — espalhadas pelas duas cidades. Para realizar o serviço, a GuestReady cobra uma comissão entre 20 a 25% dos rendimentos dos proprietários ou um montante previamente definido, dependendo do serviço que cada proprietário pretende. “Para já trabalhamos apenas com as plataformas principais, como o Airbnb e o Booking.com, mas planeamos, no futuro, poder trabalhar com plataformas locais”, assegura ainda o cofundador da startup.
O mercado português “é bastante fragmentado”
Alexander Limpert explica também que o mercado português “é um mercado bastante fragmentado”: “Muitos proprietários possuem cinco ou dez propriedades e é um trabalho difícil. Precisamos de estar sempre lá”, refere, acrescentando que a GuestReady utiliza “a melhor tecnologia” e o seu serviço “pode ajudar a criar entre 30 a 50% de maior proveito” para os proprietários.
Investimos muito em tecnologia, temos uma equipa de engenheiros que trabalham para otimizar tudo e além disso oferecemos um serviço muito pessoal aos proprietários e hóspedes”, sublinhou Alexander Limpert.
Sobre as novas regras do alojamento local que entraram em vigor em outubro, e incluindo a mais recente decisão sobre a suspensão de alojamento em cinco zonas de Lisboa — Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria –, o empreendedor garante: “Estamos bem cientes das mudanças do regulamento e trabalhamos sempre de acordo com a regulação local”.
Atualmente, a GuestReady emprega cerca de 100 pessoas e gere cerca de 800 propriedades em todo o mundo. Em Portugal conta não só ajudar no mercado do alojamento local, como também “ser um centro de serviço para outros mercados em termos de tecnologia”, referiu ainda Alexander Limpert, acrescentando que a hipótese de expansão do serviço para outras cidades portuguesas poderá acontecer.
(Texto editado por Ana Pimentel)