O CDS confirma a intenção de ouvir António Costa no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos. Do requerimento que o partido entrega esta segunda-feira no Parlamento constam ainda os nomes de três ministros (Defesa, Administração Interna e Justiça), 11 generais, atuais e anteriores responsáveis das secretas e os vários militares e civis constituídos arguidos no âmbito da Operação Húbris.
No requerimento, os deputados Telmo Correia, António Carlos Monteiro e Álvaro Castello-Branco não especificam de que forma pretendem que o primeiro-ministro responda às questões colocadas pelos grupos parlamentares. Apesar de o CDS ter sido o primeiro partido a admitir a hipótese de juntar o nome de António Costa ao leque de audições, o PS antecipou-se e, esta segunda-feira de manhã, revelou que também pretendia recolher o testemunho de Costa. No entanto, o requerimento dos socialistas deixa claro que as questões serão colocadas por escrito — fazendo valer uma prerrogativa de que o chefe de Governo goza e evitando uma resposta presencial no Parlamento.
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Além dos ministros João Gomes Cravinho (Defesa), Eduardo Cabrita (Administração Interna) e Justiça (Francisca Van Dunem), os centristas também vão chamar o ex-ministro Azeredo Lopes, que se demitiu depois de ser tornado público que terá alegadamente tido conhecimento de que, na recuperação do material furtado dos paióis de Tancos, houve um encobrimento de elementos ligados ao assalto.
O ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes, general Martins Pereira também será chamado — ele que confirmou ter recebido do ex-diretor da PJ Militar e do inspetor responsável pela operação documentos com informações sobre a recuperação.
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Entre os 45 nomes reunidos pelo CDS para ouvir em sede de comissão parlamentar estão ainda o do atual e do ex-diretor da Polícia Judiciária, Joana Marques Vidal e a sua sucessora na Procuradoria-geral da República, Lucília Gago, Júlio Pereira e a atual secretária-geral das secretas, Graça Mira Gomes, a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, o diretor da Polícia Judiciária Militar, Capitão-de-mar-e-guerra Paulo Isabel e o antigo comandante-geral da GNR, tenente-general Manuel Mateus Couto.
O CDS junta-se ao PS, ao PSD e ao BE, que também já entregaram os respetivos requerimentos com os nomes que pretendem ouvir na comissão parlamentar de inquérito.